A empresa estatal russa Gazprom vai cortar o fornecimento de gás à Europa através da Ucrânia já a partir de amanhã, confirmou esta terça-feira o regulador nacional do setor, tornando quase certo um aumento dos preços atuais.
De acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), a GTSOU (Operador do Sistema de Transmissão de Gás) colocou no seu site uma previsão de zero metros cúbicos (m3) de volume de distribuição a partir de amanhã, 1 de janeiro, confirmando assim que vão ser cortados os fornecimentos à Europa através de uma rota que incluía a Ucrânia.
A decisão marca o fim de um contrato de 2019 entre a Gazprom, o gigante estatal russo de gás, e vários países europeus, incluindo a Eslováquia, Moldávia e Hungria, através de uma rede de gasodutos em solo ucraniano, que continuou a funcionar apesar da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
Esta terça-feira, ainda segundo a AFP, o preço do gás na Europa atingiu e ultrapassou a marca dos 50 euros por megawatt-hora pela primeira vez em mais de um ano, impulsionado pelo fim deste acordo, mas também pelo inverno frio.
Desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a UE reduziu a sua exposição ao gás russo, mas, segundo analistas, este recurso continuará a representar 14% do seu consumo total em 2024.