S.O.S. Cruzeiro. Está aqui desde o séc. XVIII

Quem passar pelo centro cívico de Alvarães, depara-se com uma tarja preta enorme onde sobressai um apelo para que salvem o Cruzeiro Paroquial.

Expliquemos: Fernando Martins, presidente da Junta de Freguesia, foi infeliz ao afirmar que pretendia mudar o Cruzeiro, aqui plantado desde o século XVIII, para outro lugar.

O autarca adotou uma estratégia errada ao anunciar, a meia dúzia de pessoas, a sua intenção de levar este monumento histórico e religioso, que é o Cruzeiro Paroquial, que se encontra no topo da Avenida da Igreja, para outro local. Parecia brincadeira de Carnaval e as razões que invocava não tinham qualquer lógica nem sentido e estavam feridas de falta de sensibilidade e assentavam num desconhecimento tremendo da história de Alvarães e até da história do Cruzeiro. Argumentou que aquele espaço seria para parque de estacionamento!

Diz quem ouviu que ficou cego com tanta falta de sensibilidade. E nós a pensarmos que o Cruzeiro ali colocado pelos nossos antepassados, em frente à igreja Matriz, merecia mais respeito. O Cruzeiro Paroquial que deu nome ao sítio onde está colocado – Largo do Cruzeiro – para nós é intocável e só um motivo de força maior poderá justificar qualquer ajustamento de lugar após ouvir o parecer do povo e da Igreja alvaranense.

A reação não se fez esperar e alguns jovens, que não se contiveram, reagiram prontamente com conhecimento da história de Alvarães, bairrismo e bom senso. Após consultarem serviços jurídicos lançaram um abaixo-assinado para impedir tão funesta iniciativa. Neste momento em que escrevemos, dizem-nos que o documento a apresentar na Assembleia Municipal de Viana do Castelo e na Assembleia de Freguesia de Alvarães já conta com perto de um milhar de assinaturas. De acordo com Júlio Vieira, jovem recém-licenciado em História pela Universidade do Minho, e que dá a cara desde o primeiro momento, toda a gente quer assinar, toda a gente condena a intenção do autarca e todos estão com este grupo jovem, que repudia tal bizarra ideia, sem pés nem cabeça.

Sabemos que entretanto a Junta de Freguesia recorreu às redes sociais para explicar o mal-entendido e o presidente já fez marcha atrás. No entanto, as assinaturas vão continuar a ser recolhidas até para que a autarquia e a Câmara Municipal vejam o peso do desagrado de uma freguesia que exige respeito pelo seu património histórico, artístico e religioso.
No próximo número falaremos da história deste Cruzeiro.

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