Alvarães que tem por orago S. Miguel Arcanjo é uma paróquia muito antiga que pertence às Terras do Neiva e que durante séculos esteve enquadrada no “Termo de Barcelos”, primeiro condado criado por el-rei D. Dinis, o Lavrador, no ano de 1298.
O nascimento desta povoação perde-se nas brumas do tempo e confunde-se com os primórdios da nossa nacionalidade.
Nas Inquirições de 1220 é referido o nome de S. Miguel de Alvarãis (De Sancto Michaele d’Alvarãis).
Esta bela terra, hoje vila, tem admiráveis paisagens aliadas a um clima ameno e temperado que seduzem qualquer um que aqui vive ou que por aqui tenha de passar. Formosa e encantadora situa-se na bacia hidrográfica do rio Neiva, na sua margem direita, que lhe banha uma pequena porção de território, nas proximidades do lugar da Costeira.
Alvarães é uma freguesia, elevada à categoria de vila desde 2004, bastante plana onde a altitude mais saliente se encontra no lugar da Chasqueira e que se eleva a somente 77 metros acima do nível mar. A sua área é de cerca de 10,5 Km2 e espraia-se por agras e veigas em terrenos que até há pouco tempo eram cultivados na sua totalidade com semeaduras de milho, feijão, centeio, batata e outras culturas agrícolas com predominância para o cultivo da vinha.
Alvarães, freguesia do concelho, distrito, comarca e arcediago de Viana do Castelo, enquadra-se pelas suas características visuais com a magnificência das belezas naturais do Alto Minho com particularidades únicas como sejam a constituição morfológica do seu subsolo com predominância argilosa e com os barros brancos do caulino das suas imensas barreiras naturais. Em contraste com o verde-escuro das montanhas das freguesias vizinhas, aqui acentua-se a luminosidade no seu vasto horizonte e a panorâmica de sonho e encantamento que levou a que Alvarães fosse habitada desde a pré-história. Os achados arqueológicos de diferentes épocas aqui encontrados são a prova evidente daquilo que escrevemos.
Aqui, viveram os Mouros que fizeram telha e tijolo, que secavam ao sol sobre grandes lajes, no sítio dos Outeiros. Aqui viveram os Romanos que fabricaram telha plana (tegula) e daí o topónimo “Telheira”, que deu nome ao sítio dos antigos fornos, assim como tijolo e tijoleira para o chão das suas casas.