Serão de Poesia no Museu

Tratando-se de um acontecimento inédito em Perre, o Museu Paroquial, através da sua iniciativa “Perre ao Serão” (cujo mérito vem sendo incontestável ao longo dos últimos anos), promoveu uma noite de poesia no Salão Paroquial de Perre, contando com a inestimável colaboração da nossa conterrânea Zita Manso, que dedicou, com assinalável sucesso, muito esforço e dedicação ao evento. A iniciativa teve ainda a colaboração da Junta de Freguesia de Perre e da Câmara Municipal de Viana do Castelo.

O Salão Paroquial registou um número apreciável de presenças, cujas atenção e comportamento fortaleceram o ânimo a quem se dedicou a organizar esta aventura pioneira. Na verdade, durante todo o tempo em que a poesia ecoou nas paredes do Salão Paroquial, verificou-se uma atenção generalizada do público presente, que não arredou pé enquanto eram ditos poemas de autores consagrados e/ou locais. A poesia alcançou assim um espaço de relevo em Perre, enquadrada num evento – “Perre ao Serão” – que se tem afirmado ultimamente, alicerçado na abordagem a temas diversificados. Parece-nos que esta “aventura” abriu caminho a novos acontecimentos do género, segundo algumas opiniões que, no final, nos foi dado ouvir.

A sessão de poesia foi ainda complementada com alguns belos desempenhos da Escola de Música de Perre, que já nos habituou à sua presença nestes eventos. Inesperada e surpreendente foi a presença de Raquel Boaventura Rego, professora que nasceu em Esposende e mora em Ponte de Lima. Cantando “à capela”, a todos encantou com a sua voz, tornando curtos os momentos em que se apresentou ao público. Bem vinda a Perre professora Raquel, e que nos seja dado ouvir a sua voz em muitas ocasiões pela vida fora.
Foi convidado para participar no evento um razoável número de intervenientes de idades variadas, pessoas de Perre e não só, a exemplo de Orlando Alves, Manuel Alberto Silva, Patrícia Lima, Rosa Marques, Manuela Malhado, Carolina Martins, Cândido Morais, Marta Ruivo e Lucas Sampaio Esteves.

Cumprida esta primeira etapa do ano em curso – que tão boas recordações deixou -, aguardamos agora notícia sobre os próximos empreendimentos.

Referências a Perre por José Rosa de Araújo

José Rosa de Araújo foi um referenciado historiógrafo, investigador, desenhador e ceramista, tendo sido um dos sócios fundadores da Fábrica de Louça de Viana. Nasceu em 30 de novembro de 1906 e faleceu em 31 de janeiro de 1992, tendo deixado uma vasta obra de investigação sobre o Alto Minho, facto que contribuiu para que fosse contemplado com várias distinções.

Escreveu sobre quase toda esta região minhota, não deixando de contemplar Perre nas suas investigações, como aliás já vimos referindo em textos anteriores aqui publicados. Dentre esses textos e com a sempre prestimosa colaboração do amigo Miguel Moreira, foi possível recuperar uma narrativa desse autor, que identifica Perre pelas melhores razões, e que passamos a referir: “In illo tempore… um abastado lavrador de Perre foi à grande feira de Barcelos. Não levava intenção de comprar bois, mas, na feira do gado, viu uma junta de bois que sobremaneira lhe agradou. Eram bons e bonitos… e não tirava os olhos deles!
Aproximou-se do proprietário, indagando por quantas ”moedas” (equivalente a 4$800 reis) vendia os bois. Depois de ouvir a resposta e achando justo e razoável o preço pedido, pronunciou-se e lamentou-se: – Eu comprava os bois, mas não venho munido com dinheiro para lhe dar o sinal.

Sem mais aquelas, o vendedor perguntou-lhe de que terra era, ao que ele respondeu: – Sou de Perre.

Resposta imediata: – Então, pode levar os bois sem sinal!”
E José Rosa Araújo terminou a sua narrativa referindo “os bons tempos em que a honradez e a confiança valiam tanto como uma escritura!”
Ora, se José Rosa Araújo já se lamentava da ausência destes valores no tempo que lhe foi dado viver, talvez hoje tenhamos preocupações acrescidas sobre tal matéria. Mas resta-nos a consolação de que o autor tenha mencionado Perre como referência da honradez e da confiança que todos deveríamos merecer de outrem.

Falecimento de um conterrâneo

No passado dia 17 de janeiro, faleceu o Sr. Luís de Brito Laranjo, com 74 anos de idade. O extinto era natural da freguesia de Perre, onde residia no Caminho da Aldeia Nova, lugar da Costa.

O Luís, a exemplo doutros irmãos seus, fez parte e foi dinamizador do grupo que habitualmente se desloca a pé aos montados da Serra D´Arga na altura da sua Festa anual, e, também juntamente com os irmãos, foi praticante columbófilo nesta freguesia, como membro da sua mais antiga coletividade (Sociedade Columbófila de Perre), cuja existência remonta ao início da década de 50.

À família enlutada, o “A Aurora do Lima” apresenta sentidas condolências.
Foi a sepultar no Cemitério da freguesia de Perre.

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