Serviço Nacional de Saúde com “pouco” investimento

O Bastonário da Ordem dos Médicos afirmou em Viana do Castelo que os governos nacionais têm reduzido o investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Durante a conferência sobre a “Sustentabilidade do SNS”, no Auditório da Caixa de Crédito Agrícola, Miguel Guimarães elogiou os profissionais e manifestou que “para termos mais sustentabilidade temos de ter mais promoção da saúde”.

A iniciativa foi organizada pelo Rotary Club de Viana e pretendia “discutir temas importantes para a sociedade”. A presidente, também ela médica, manifestava que “o SNS é uma conquista relativamente recente”. Luísa Quintela explicava: “Houve uma mudança radical e chegamos a esta fase que precisamos discutir a sustentabilidade”.

O enfermeiro João Bompastor deixa algumas sugestões: “Dotar o SNS de capacidade de resposta. Simplificar o acesso e aproveitar os meios de proximidade”. Para este enfermeiro do Hospital Particular de Viana do Castelo “o investimento em capital humano é fundamental”.

Para o médico Nelson Rodrigues o futuro do SNS passa pela maior aposta nas unidades de cuidados de saúde primários. “A gestão em saúde deve ser como uma banda jazz. Tem de ser gerido tendo em atenção que são profissionais com grande diferenciação profissional e com competências”. Este médico de saúde familiar salientava que “um serviço público para funcionar tem de existir educação cívica para todos”.

O Bastonário da Ordem dos Médicos lamenta que se deixasse de “investir no SNS. Se tivéssemos de substituir os equipamentos dos hospitais e centros de saúde precisaríamos de mais de 1200 milhões de euros e se tivéssemos de fazer correção das estruturas físicas não chegariam mais de 12 mil milhões de euros”.

Miguel Gumarães explicava que “devíamos valorizar mais a saúde das pessoas. Devíamos gastar 6,6% do Produto Interno Bruto (PIB)” ao contrário do investimento atual de 4,8 por cento. Aquele responsável lamentou que “30 por cento do que é gasto em saúde sai do bolso dos portugueses, o que significa que o SNS já não tem capacidade para servir todos”. Miguel Guimarães sublinhou ainda que “aquilo que é o código genético do SNS (dignidade, equidade e solidariedade) não está a ser cumprido. O grande desperdício tem a ver com o facto de termos internado doentes que não deviam estar nos hospitais, mas nas unidades de cuidados continuados”.

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