O Bispo da Diocese, D. Anacleto Oliveira, dirigiu uma mensagem “para a vivência da Páscoa”, neste ano em que as celebrações vão ser muito diferentes das anteriores. Este ano, as celebrações religiosas serão transmitidas apenas pelos meios digitais, sem a presença física de fiéis.
“Só de uma coisa temos a certeza: nunca, até hoje, vivemos a Páscoa assim. Nem nós, nem, que conste, os nossos antepassados na longa história do cristianismo”, refere o Bispo da Diocese. Acreditando que “por estranho que pareça, esta Páscoa pode ser única, também porque mais rica, quiçá, a mais bela da nossa vida. «Como assim?» – perguntarás. Exatamente, por lhe faltar tudo o que referi – e desde que, desse modo, a vivas! Repito: a vivas! É possível que, na prática, já o estejas a fazer na Quaresma que a pandemia transformou em quarentena, obrigatória para muitos, recomendável para a maioria. Uma Quaresma que é tanto mais frutuosa quanto mais nela já vivermos o mistério pascal no que ele tem de mais genuíno: o amor ilimitado de Cristo que passa pela total renúncia à vida, para assim a readquirir, mas ilimitada no tempo e no espaço”.
D. Anacleto Oliveira pedia aos fiéis que vivessem o amor em três vertentes. A primeira, “o amor por ti próprio” . “Esta é a primeira grande lição que a pandemia nos traz: o reforço do amor por mim próprio, que inclui o amor incondicional à minha vida. E isto, por simples razões humanas – mas que Jesus, para nós cristãos, acentua, como sempre faz com tudo o que é humano”, frisava.
Em segundo lugar, D. Anacleto Oliveira acentuava “o amor aos outros”, destacando todas as pessoas que ficam em casa, os profissionais de saúde, funcionários das IPSS´s e todos aqueles que trabalham em funções “essenciais”.
Por fim, o Bispo da Diocese de Viana do Castelo, falava do “amor de Deus”, adiantando que o vírus “mostra-nos que o ser humano, que muitos pensam ser senhor de tudo, não passa afinal de uma débil criatura à mercê de um vírus que, ao que se sabe, nem os animais infeta. Somos, então, menos que animais? Não. Mas sabemos, ou deveríamos saber, que a vida é um bem, o meu maior bem, mas que não depende de mim.”
D. Anacleto concluía: “Não posso receber em casa a cruz do Senhor – mas podes enviar, até a um inimigo, um sinal de reconciliação e de paz”.