Ao jogo que move multidões!
Cidadãos de todo o Mundo, de quatro em quatro.
Jogo rei, o melhor de todos,
Que preenche tardes e até noites.
Sua origem é tão desconhecida
Como o paradeiro de D.Sebastião,
Cujo seu desaparecimento causou tanta dor ao povo,
Equivalente à perda de uma bisca seca.
Eia! Ah! Hup-lá!
Não existe maior sofrimento, meu Deus!
Tento livrar antes, mas não dá,
É horrível, horrível, mas que raiva!
Perco a rodada, baralham, partem,
Cabe-me a mim a distribuição, mais a escolha do trunfo.
Entre duques, trincas, caixões, quinas, avenidas,
Manilhas, valetes, reis e ases…
Que suspense, todos de olhos postos em mim.
Urra! Calhou a dama de copas,
A divina Vénus da sueca,
Dizem que traz fortuna,
A todos menos a mim, que acabei por perder.
Ah! Minha sueca, todos de ti gostam,
Mas a todos enervas, cobra! Vadia!
Que vício! Que vício!
Estou consumido, possuído pela tua magia,
Completas os vazios da minha alma.
As regras são sempre as mesmas,
As estratégias sempre diferentes,
Jogo tão organizado, tão belo!
Para mim, mais do que o xadrez.
Acabou o duelo, acabou!
Perco quatro a três, maldição, que ódio, que injustiça!
Revelo-me indignado com a partida,
Nunca mais irei jogar à sueca, nunca, nunca mais!
Levanto-me e digo a todos,
Uf… até amanhã.
Duarte Iglésias/Martim Iglésias/João Rodrigues