Miguel Ribeiro, 32 anos, corre todos os dias. O atleta do Olímpico Vianense pretende, nesta época, conseguir marcas classificativas para participar na Taça e no Campeonato da Europa. Depois da lesão de há um ano, regressou aos poucos à competição, e a participação nos Jogos Olímpicos continua a ser um sonho, mas “sem pressões”.
Na 22.ª Meia-maratona Manuela Machado foi o melhor vianense e ficou em quinto lugar na classificação final. “Foi um bom resultado, tendo em conta a preparação. Foi um dos melhores tempos que tenho feito nessa competição. Corri mais rápido do que no ano em que venci, que foi há dois anos. Claro que preferia estar no pódio, mas os outros estão mais bem preparados”, referia.
Miguel Ribeiro faz habitualmente dois treinos diários à semana, e ao sábado e domingo, apenas um. Claro que depende do tipo de prova que está a preparar. Garantindo que Viana tem boas condições para a prática de atletismo, lamenta apenas que ainda não tenha condições financeiras para conseguir um treino em altitude. “Em termos ambientais e de terreno temos tudo, mas como atletas precisamos de mais algumas coisas.
Nomeadamente, os estágios em altitude, que são fundamentais. Estamos a planear para esta época, mas é algo que custa dinheiro. Precisamos de algum patrocinador. Os locais para os realizar, podia ser nos Pirenéus, ou na zona da Serra Nevada, em Espanha”.
Apesar de ter começado no futebol, no Vianense, Miguel Ribeiro entrou para o atletismo aos 14/15 anos, integrando a equipa Cyclones Atlético Clube. Transitou depois para o Sporting Clube de Braga, por estar a residir naquela cidade. No regresso a Viana do Castelo inscreve-se no Olímpico Vianense onde permanece.
Contando com dois grandes patrocinadores, Câmara Municipal, e grupo Quercia, o atleta lamenta não conseguir viver em exclusivo do atletismo. Contudo, nestes primeiros meses do ano está inteiramente dedicado à modalidade.
Se este ano o foco é a Taça e o Campeonato da Europa, Miguel Ribeiro não descarta o sonho dos Jogos Olímpicos. “Participar nos Jogos Olímpicos de Tóquio será muito complicado, mas há outros daqui a quatro anos e haverá outros daqui a oito anos”. O atleta diz que “com calma e sem pressões” vai continuar a correr.
“Este tempo de paragem fez-me ver o atletismo de outra forma. Tenho de usufruir todos os dias um bocadinho disto. Tenho de correr acima de tudo sem pressões. As pressões levam a que cometamos alguns erros. É bom estarmos focados, mas não de uma forma obcecada”, salientava Miguel Ribeiro. Adiantando que “quero ir aos Jogos Olímpicos, mas se não estiver há outras competições”.
Com vários pódios conquistados, Miguel Ribeiro destaca a vitória, em 2018, na Meia-maratona Manuela Machado e o segundo lugar no Campeonato Nacional de Estrada, em 2016.
Foto: Américo Dias