Traje à Vianesa já está certificado

Pouco mais de um ano após a aprovação a certificação do Traje à Vianesa, com a aprovação do respetivo Caderno de Especificações, foram apresentados, este mês, os primeiros cinco exemplares com a colocação da etiqueta e selo, provas de certificação.

O ato decorreu no Museu do Traje, na Galeria Amadeu Costa, com a presença de pessoas ligadas ao processo de produção (artesãos), da ADERE – Certifica e do CEARTE – Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (IEFP), bem como da vereadora da Cultura, Maria José Guerreiro, e do presidente da Câmara, José Maria Costa.

O processo, conforme foi lembrado, iniciou-se em 2013, com a sua adjudicação, pela autarquia, à Associação Portugal à Mão. A solicitação de registo foi formalizada, pelo executivo municipal, em junho de 2015. A certificação do traje à Vianesa, com origem no século XIX, foi publicada em Diário da República, em finais de 2016. Já em fevereiro de 2017 foi apresentado o Caderno de Especificações do Traje à Vianesa, “um instrumento onde estão definidas as características do Traje à Vianesa e listados, fundamentando, todos os parâmetros que pesaram para a sua certificação”. Já em agosto de 2017, o edil José Maria Costa deu conta do objetivo de o candidatar a Património Nacional, algo que agora reafirmou.

Na oportunidade, este considerou que Amadeu Costa (este já falecido) e Francisco Sampaio deverão estar muito contentes pela obtenção desta certificação. Acrescentou, nesse sentido, que o processo de certificação preserva o traje, face ao receio de que se pudesse adulterar esta “maravilha da arte humana”, evitando também a confusão e apropriação por outros. Na cerimónia, uma artesã anunciou que um dos trajes já tinha sido adquirido para o espólio da Casa do Minho no Rio de Janeiro. O edil sublinhou que os trajes vão também para toda a diáspora.

José Maria Costa deixou também o desafio para, ainda no âmbito da produção do traje, envolver os jovens na formação/inovação. Frisou, ainda, que o traje à vianesa tem constituído um emblema do país em eventos internacionais e, daí, a importância em ser considerado Património Nacional. Considerou, também, que o processo de certificação coloca o foco nas “nossas mordomas” e que, agora, há também que apostar na internacionalização. Ao seu homólogo da Póvoa de Lanhoso, presente no ato, que tem em curso o processo de certificação da filigrana, lembrou que “a montra da vossa atração são as nossas mordomas”.

Também durante a cerimónia de certificação dos primeiros trajes – Areosa, Afife, Santa Marta de Portuzelo, Geraz do Lima e o traje azul escuro conhecido como o de Dó, “cinco variedades que influenciaram outros trajes”, foi sublinhado, quer pela vereadora da Cultura, quer por Graça Ramos (ADERE – Certifica), que o processo passou pela auscultação e troca dos diferentes intervenientes, desde produtores, entendidos na matéria e outras entidades, como grupos folclóricos.

Foi dito, inclusive, que se tratava do 13º produto certificado em Portugal, mas o 1º em que as nove peças que o compõem são passíveis de certificação. Maria José Guerreiro aproveitou, ainda, para esclarecer que a certificação incide sobre os novos trajes e não sobre aqueles que as famílias têm em casa há já várias décadas, muitas vezes passando de geração em geração. Já a artesã Conceição Pimenta fez questão de afirmar que a certificação representa “uma mais valia para o nosso bordado”.

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