No total são 67 peças de cerâmica e madeira do artesão João Afonso que estão desde 14 dezembro até 25 de janeiro na sala de exposições da Fundação do Crédito Agrícola. Natural de Barroselas, o octogenário elaborou a maioria dos materiais ao longo de 30 anos.
“Trabalhei dos 30 aos 60 anos na fábrica Campos, em Alvarães, e com as sobras do barro fiz algumas destas peças”, contava João Afonso. O artesão, de 82 anos, não gosta da visibilidade e confessava que esta era a primeira vez que deixava que as suas peças tivessem identificado o autor. “Já participei numa exposição no Estoril, mas não deixei que identificassem o autor”, explica.
Com peças espalhadas por Portugal e no estrangeiro, José Afonso orgulha-se de algumas peças estarem expostas no Vaticano, Itália, mas também em Fátima.
A arte sacra, as memórias de infância, o universo futebolístico, político e social são a inspiração para José Afonso.
A Fundação do Crédito Agrícola recolheu parte do espólio do artesão e pretende criar uma sala do autor no próximo Museu da instituição.
“Temos ideia de fazer um museu multicultural e uma das salas será para estas peças e para outras do Sr. José”, referia José Luís Carvalhido da Ponte. O responsável da Fundação referia ainda que o artesão é também um fazedor de poemas que estão a ser recolhidos para serem preservados.