Um dia me darei conta
do teu corpo infindável.
Um dia
sorridente
me sentirei infinito
nunca esgotado o desejo que nos abraça
e nos atormenta
à distância dos sentidos sempre fugazes
sempre perdidos no corpo finito.
Um dia me darei conta
do tempo que não se perde para lá das formas
do tempo em que não murcham
os rebentos cálidos da minha carne
e o sangue não perde o fulgor
das cores abertas ao sol.
Um dia me darei conta
e nesse dia gostaria de partir.
adão cruz