Domingo de Páscoa, Domingo da Ressurreição. Aleluia!
Logo de manhã, os sinos da igreja Matriz não repicaram a anunciar a saída do Compasso Pascal. Há silêncio no ar e as ruas de Alvarães estão desertas em obediência à contenção da pandemia que há algum tempo assentou arraiais por todo o lado.
Vivemos um período atípico, anormal mesmo, que vai perdurar nas nossas memórias e os alvaranenses irão recordar que este ano, no 3.º domingo da Quaresma não aconteceu a visita do Senhor aos enfermos. Não foi realizada a Via Sacra em quadros vivos. Não houve, em Domingo de Ramos, a encenação da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e na igreja Matriz não decorreram as cerimónias habituais da Semana Santa.
Todos estes eventos fazem parte integrante da Paixão de Cristo e são vivências cristãs de cada um de nós. No espaço de um mês, perdemos este fio condutor que durante toda a vida seguimos e que nos alimenta na fé.
A Visita Pascal, a família reunida, as crianças, os amigos… e a saudação de uma “Santa e Feliz Páscoa” pelas Irmãs Missionárias do Espírito Santo que presidiam ao Compasso e toda a envolvência comunicativa das pessoas que comungam o espírito de Cristo Ressuscitado também não aconteceu.
Por sua vez, as crianças da Catequese trouxeram para as famílias uma mensagem que inovava. E as pessoas de Alvarães aceitaram o desafio e colocaram Cruzes à porta de casa para assinalar, inicialmente, a Semana Santa e depois a Páscoa do Senhor. Foram centenas as Cruzes que não deixaram passar este momento em branco e primaram pelos enfeites e imaginação.
Sim, tudo é diferente. Mas é Páscoa com a sua mensagem de vida nova, de Jesus Ressuscitado, de vitória, que nos deve encher de alegria, paz e de esperança.
Não podemos ficar atemorizados pelo medo deste inimigo invisível. Vamos acreditar que “isto” vai mudar. É uma questão de tempo e de paciência para nos protegermos a nós e aos outros. Rezemos para que os cientistas cheguem o mais rapidamente possível a uma vacina que nos traga a cura e a calma. É na adversidade que aprendemos muitas vezes a lição. Daqui vamos sair mais fortes, mais unidos e mais solidários.