“RnMonitor: Infraestrutura de Monitorização Online e Estratégias de Mitigação Ativa do Gás Radão no Ar Interior em Edifícios Públicos da Região Norte de Portugal” é o nome da investigação levada a cabo por dois docentes do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Os coordenadores do projeto, António Curado e Sérgio Lopes, docentes do IPVC e oradores neste seminário, sublinham que a experiência comprova que “em ambientes exteriores a concentração de gás radão não oferece qualquer tipo de problemas em matéria de saúde pública, contudo em ambientes interiores, em cenário de fraca ventilação, as concentrações do referido gás podem ser consideravelmente elevadas e causadoras de uma pobre qualidade do ar. Para além disso, na região do Minho, a construção granítica predomina tanto nos solos, como na construção de edifícios residenciais e não residenciais, pelo que as questões relacionadas com a Qualidade do Ar Interior (QAI) colocam-se com particular acuidade”.
As conclusões do Estudo foram apresentadas recentemente num evento no Centro Cultural de Paredes de Coura. O seminário enquadra-se no projeto de investigação “RnMonitor: Infraestrutura de Monitorização Online e Estratégias de Mitigação Ativa do Gás Radão no Ar Interior em Edifícios Públicos da Região Norte de Portugal”, promovido pelo IPVC, desenvolvido em co promoção com o Instituto de Telecomunicações (IT), o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e a empresa BMViV e apoiado pelo programa COMPETE 2020, que tem como principais objetivos a caracterização da concentração de gás radão numa amostra alargada de edifícios públicos nas regiões de Viana do Castelo e Barcelos, bem como o desenvolvimento de um piloto tecnológico no contexto da Internet das Coisas (IoT) que permita efetuar a monitorização online de um conjunto de edifícios públicos previamente selecionados, e desta forma sensibilizar a população e as autoridades locais para a necessidade de adoção de estratégias de mitigação do gás radão em ambientes interiores.
De sublinhar que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição prolongada a concentrações elevadas deste tipo de gás está diretamente relacionada com o aumento do risco do aparecimento de cancro do pulmão. Nesse sentido, é de vital importância a realização de um estudo alargado na região do Minho que permita medir e monitorizar a concentração do gás radão no interior de edifícios”.
António Curado realça que “apesar do risco, a presença de gás radão não é um elemento que impede a utilização permanente e exaustiva dos edifícios graníticos, constituindo, no entanto, um problema que carece de análise e de uma consequente proposta de mitigação, quando necessário”.