“Vestidos de Noiva das Utentes do Centro Social”

O Centro Social de Cardielos assinalou, mais uma vez, o Dia de Santo António, levando a cabo a terceira edição da coleção “Vestidos de Noiva das Utentes do Centro Social de Cardielos”.

O tema que serviu de mote para a confeção dos vestidos foi RENOVAR. Na primeira edição o tema escolhido tinha sido RECICLAR e na segunda REUTILIZAR. Foram criados vários vestidos usando a técnica upcycling. Esta técnica também conhecida como reutilização criativa ​pretende evitar o desperdício de materiais potencialmente úteis, fazendo uso dos já existentes, reduzindo o consumo de novas matérias-primas e assim contribuindo para uma redução do consumo de energia, poluição do ar, poluição da água e até das emissões de gases de efeito estufa.

Os “vestidos de Noivas do Centro Social” foram enriquecidos com aplicações feitas em croché, arte que muitas das utentes do Centro dominam.

Desfilaram perante familiares e representastes das várias instituições da freguesia sete noivas com os vestidos que passamos a descrever: A primeira noiva a desfilar foi a D. Dorinda Oliveira, com o vestido “OLERAMA”, um vestido em tons de branco e amarelo, as cores preferidas do seu especial noivo, Augusto Canário; sempre solidário com este tipo de iniciativas. Este vestido era composto por cetim amarelo em linho e croché aproveitados de uns cortinados. A Echarpe era um naperon de mesa de sala de jantar, todo ele guarnecido com pérolas. Esta “noiva” fez questão que as suas amigas, D. Arlete Franco e Olívia Carvalho, a acompanhassem como suas damas de honor. 

Seguiu-se a D. Maria Barbosa com o vestido “EMERC”, em tons creme e dourado, salientando-se a cor do ouro. Era um vestido com tecidos de cetim e linho. O manto que levava sobre os ombros foi feito a partir de uma toalha de mesa em croché. A D. Maria usou um belo chapéu ornamentado por ela e desfilou orgulhosamente ao lado do seu neto, pela passadeira vermelha. 

Também carinhosamente acompanhada pelo seu neto, desfilou a D. Edita Palhares com o vestido “ORALCE, predominantemente em tons de verde claro, com uma grande aplicação em croché.  Realçava o véu que levava, um naperão em renda que fazia perfeitamente o efeito de um véu de noiva. Foram convidadas para serem as suas damas de honor, as suas amigas D. Lurdes Paredes e Claudina Galvão.

Em quarto lugar, desfilou a D Olívia Correia com o vestido “EDERV”, um vestido em tons de verde com a base feita de cetim e várias aplicações em croché. Na cabeça leva uma tiara de flores brancas. Escolheu para “menina das alianças” a D. Lucinda Paradela e para padrinho o seu sobrinho Luís.

Pela mão do seu filho, o Sr. Fernando, desfilou a D. Alice Dias, com um vestido “LUZA”, de cor azul, todo ele ornamentado de croché, com aplicações feitas de fita de cetim brilhante. Na cabeça levava um véu em croché. 

Em sexto lugar, acompanhada pelo amigo Enzo, desfilou a D. Marina Cardoso com um vestido “ASOR”, todo em croché, aproveitado dos cortinados de umas janelas. A manga vaporosa, o grande laço duplo, e as franjas tornavam o vestido mais descontraído e desportivo. 

 Encerrou o desfile a D. Maria Borlido, acompanhada das suas amigas D. Ilídia Rocha e Gisélia Monsanto que fizeram de damas de honor. D. Maria desfilou na passadeira vermelha de forma elegante, com o vestido “CLARALUZ”. O Sr. António Ventura, seu amigo de Centro de Dia, fez “pandã” com a sua noiva, num tom azul mais escuro. Foram uns noivos perfeitos para encerrar o desfile. 

Todos estes magníficos modelos foram criados e confecionados pelos idosos do Centro Social de Cardielos com a ajuda da mentora dos vestidos, a animadora Irene Lima e com o apoio incondicional da Dra. Liliana Carvalho. Todos os modelos foram projetados de acordo com o perfil de cada uma das noivas.

Todo o processo de criação dos vestidos envolveu a estimulação multissensorial, a promoção da coordenação motora, estimulação da criatividade, da motricidade fina através da costura, da criação de flores em cetim e também um trabalho ao nível das reminiscências e recuperação de memórias dos utentes.

Estão de parabéns todas estas noivas “Amigas do Ambiente”, pelo seu empenho, na confeção dos vestidos e pela boa disposição que demonstraram durante todo o evento, assim como todas as colaboradoras do Centro, pela sua dedicação e dinamismo e a direção pelo apoio na realização deste tipo de atividades.

Apraz-nos registar estas iniciativas, porque sabemos que a realização de atividades na terceira idade é muito benéfica para o idoso pelas enumeras vantagens que proporcionam na sua vida, na medida em que melhoram a saúde, estimulam a sua autonomia, fortalecem as relações sociais e melhoram a autoestima. 

Estes benefícios tornam-se ainda mais relevantes quando o idoso contraria o seu estado de tristeza e desmotivação por ter saído do seu contexto familiar e ingressar numa instituição com quem não têm, pelo menos inicialmente, nada em comum. 

As atividades são fundamentais para dar vida a uma instituição e para que estas respostas sociais deixem de ser associadas a locais onde os idosos são como que ‘depositados’ e onde lhes é apenas concedido o repouso e a alimentação. Os idosos são seres humanos merecedores do maior respeito e por isso, o seu dia a dia deve ser preenchido não só com a satisfação das suas necessidades básicas, mas também com um conjunto de atividades que o distraiam, que o estimulem, que o desafiem e que o façam sentir útil.

É importante que os idosos vejam a sua vida prolongada, mas é crucial que essa longevidade seja acompanhada de qualidade de vida.  

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