Viana assinala 170 anos de Guerra Junqueiro

Para assinalar os 170 anos do nascimento de Guerra Junqueiro, no último dia 15, a Câmara Municipal apresentou dois livros, numa cerimónia que aconteceu na sede do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), imóvel onde o escritor residiu durante a maior pare dos anos em que esteve nesta cidade em que casou e foi secretário no Governo Civil.

A homenagem integrou a apresentação da publicação “A Lágrima”, que terá sido escrita por Guerra Junqueiro durante a sua permanência na cidade. Editada pela Opera Omnia, em parceria com a autarquia, a edição destina-se a dar a conhecer o autor a um público mais jovem e conta com ilustrações adaptadas aos mais novos e em que a temática ambiental assume particular ênfase.

Paralelamente, foi editado um opúsculo (com 40 páginas) sob o título “Guerra Junqueiro em Viana do Castelo”, da autoria de António Pimenta de Castro [que, como Guerra Junqueiro, escreve para A AURORA DO LIMA], o qual apresentou também uma palestra sob este tema.

Este dissertou sobre a vida do escritor (que, mais tarde, viria a integrar os Vencidos da Vida, o nome por que ficou conhecido um grupo informal formado por 11 personalidades intelectuais de maior relevo da vida cultural portuguesa das últimas três décadas do século XIX)), onde chegou em 1879, após uma difícil estadia nos Açores (não se dava com o clima) e encontrou o ambiente ideal, em termos físicos e sociais.

Nascido em Freixo de Espaço à Cinta, filiou-se no Partido Progressista, partido pelo qual foi eleito deputado por Macedo de Cavaleiros, Quelimane (Moçambique) e Viana do Castelo (duas vezes). Nesta cidade, a quem chamou “Éden do Lima”, viveu durante muitos anos e produziu parte importante da sua obra. Viveu em diversos espaços da cidade, como S. Domingos, Rua S. Sebastião (atual Manuel Espregueira) e da Bandeira, mas foi no palacete que comprou e onde agora está a sede do Politécnico, no Jardim D. Fernando, que passou a maior parte do tempo.

No livro “Guerra Junqueiro em Viana do Castelo” que foi apresentado por António Pimenta de Castro, observa-se que, em Viana do Castelo, “encontrou o amor da sua vida, o equilíbrio financeiro, o calor de uma família, o tempo e as condições psíquicas e materiais para desenvolver o seu estro”. Garante mesmo que “sem a estabilidade conseguida em Viana, teria sido, com certeza, muito diferente a sua obra. Foi no Minho, que verdadeiramente se realizou como homem e como poeta. Foi no tempo, em que aqui viveu, que comprou a Quinta da Batoca e realizou outros sonhos seus.”

A sessão registou a presença, entre outros, do presidente da Câmara (que recebeu um quadro com a capa de “A Lágrima”), do presidente do Politécnico, do diretor da Biblioteca Municipal (que apresentou o autor) e do representante da editora, bem como da ilustradora de “A Lágrima”, Susana Lima, que aproveitou para apresentar uma série de diapositivos sobre o seu trabalho.

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