Viana do Castelo foi a primeira cidade do país a dispor de centros de avaliação médica e psicológica (CAMP). Funciona no edifício do ex-SLAT e, no dia da abertura registou a presença do diretor do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo. Foi na última segunda-feira. Aquele responsável anunciou que, no Alto Minho, Valença será o próximo concelho a dispor do mesmo serviço.
Trata-se de um projeto-piloto para agilizar a obtenção de atestados médicos para a carta de condução, assim como para caçadores, uso e porte de arma, desportistas náuticos, entre outros. Isso permitirá libertar os médicos de família para outras atividades assistenciais e, deste modo, melhorar a acessibilidade dos utentes. O diretor do SNS assegurou que estes centros continuarão a ser abertos ao longo do país, até ao final de 2024.
Manuel Monteiro, de 60 anos de idade, e Fernanda Presa, de 75, foram os utentes que inauguraram o serviço, e mostraram-se satisfeitos com o novo serviço. Segundo apurámos, no Alto Minho, em 2022, foram passados 14 230 atestados deste género.
“Dantes era preciso marcar uma consulta no médico de família para obter esse certificado. Estamos a falar de mais de meio milhão de consultas/ano [em todo o país] que são feitas apenas para esse fim. A parte do tempo que o médico consulta é utilizado para dar resposta a doentes ou utentes de patologia aguda ou outra. O objetivo é centralizar nestes espaços essa resposta com a marcação simples e acessível. Neste mesmo espaço, podem estar técnicos de Ortóptica para avaliar questões oftalmológicas que são exigidas. Quando é necessário, estes mesmo espaços fazem a articulação para o hospital para uma consulta de especialidade”, observou Fernando Araújo.
O responsável acrescentou que os médicos de família continuam a ter total liberdade para os passar, isso faz parte da autonomia; agora há aqui uma alternativa. O utente poder marcar diretamente ou o médico de família pode encaminhar para este local”, continuou.
“Quando o médico de família achava que não devia emitir certificado, gerava-se um mau ambiente em termos de relação de confiança entre médico e utente. Agora, o utente, através dos meios eletrónicos, marca aqui a consulta, é avaliado, faz os exames e sai daqui com o problema resolvido, libertando espaço no médico de família para utentes que precisem”, disse.
Fernando Araújo confirmou que o CAMP se destina a utentes de todas as idades. Reconheceu, no entanto, que os utentes com mais de 60 poderão vir mais vezes. “É quando é mais frequente necessitarem de mais exames complementares, diagnósticos, visuais ou outros, para tentar revalidar a carta”.
Quanto ao facto de Viana do Castelo ser a primeira cidade a ter esta estrutura, assinalou que a “ULSAM tem sido um bom exemplo de integração de cuidados e uma capacidade única de dar resposta aos utentes. É exemplo de bons exemplos, onde se podem implementar projetos piloto com sucesso e tenho a certeza de que este será o 1.º e o mais efetivo neste país.”