Viana em álbum temático

“Viana, um outro olhar” titula o “álbum fotográfico”, da autoria do escultor Manuel Rocha, apresentado na tenda “Ponto de Encontro” da Feira do Livro, na noite de quarta-feira passada, dia 11 de Julho. Abriu a sessão José L. Carvalhido da Ponte, presidente da Fundação Caixa Agrícola do Noroeste que teve palavras de elogio para com o autor, ao dizer “Que viver é possuir”, na forma como Manuel Rocha olhou a cidade nos ângulos de cada prisma […]; e que Gustavo Pimenta prefaciou sob o título “Cogitando” […] à volta da “Luz e da Bruma, [diz] descobrimos o acentuar pleonástico – não redundante, porém – da sensibilidade que percorre todo o conjunto […] de que a cidade desfruta, mas um acurado olhar regista”. O autor Manuel Rocha agradeceu e explicou como lhe surgiu a ideia de avançar com este trabalho no meio de “uma molhada de fotografias”. Então em parceria com seu amigo Armindo Moura, deitaram mãos à obra, na escolha, classificação e ordenamento temático, confrontados com esse espólio que o autor possuía. Armindo Moura (amoura nos textos) encarregou-se de prefaciar este trabalho, em prosa tanto romântica como metafórica e até hiperbólica, dos sete capítulos embalados pela máxima de José Saramago — “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara” (in “Ensaio Sobre a Cegueira”).

Daqui resultou a selecção temática que foi possível fazer de cada uma das mais de 130 imagens, distribuídas por esses sete capítulos, conforme segue e das quais se salientam algumas frases:

I – Vistas de um outro olhar (p.14-31)
“[…] Viana é minha querida terra, sedimentada por múltiplas vivências de gerações passadas, num fantástico cenário natural que nos enche de enorme chieira. […]”.

II – Ruas, largos e praças (p. 34-58)
[…] no “flash do brilho azul, na ala do jardim marginal, com gente a passear […] somos na reflexão luminosa da Praça da Erva (aqui nasci, aqui cresci), nas histórias por contar […]”.

III – O rio e o mar (p.62-85)
“[…] é o mesmo em que nadamos, em que pescamos, em que passamos a vau […], em que gozamos fantásticas brincadeiras no(s) cais do diabinho, do quecas” [antes do Eduardo …].

IV – Coisas e lugares (p. 88-113)
“[…] o roteiro é o de uma outra festa: (de) olhar, (de) ver, e (de) reparar, mostrando Viana mas outra de ‘espantar’! […] São João d’Arga [que] é a pura a nostalgia de ‘piquenique’ e de romaria”

V – As festas (p.117-129)
“A festa, qualquer festa [é…] catarse vital dos povos no mundo inteiro. A festa é festa pá é a festa d’Agonia é arrebatadora e desconcertante”.

VI – Luz e bruma (p.132-155)
“Sendo verdade que uma imagem vale mais que mil palavras para fazer dez vistas quanto milhares de palavras seriam precisas para falar das vistas que mostram uma surpreendente luz e bruma que nos embala a sonhar.”

VII – Arrabaldes (p.157-178)
“Arrabaldes, aliás, nos amplos arrabaldes, somos serranos e rurais lavradores, madeireiros e marinheiros de Santa Maria Maior e de Cardielos até Afife […].”

Índices e metadados das fotos

As 10 últimas páginas do álbum, contemplam além do número de cada foto a respectiva página. Os metadados contemplam dados técnicos para cada foto no ficheiro de identificação, a data-hora, o tipo de câmara, a objectiva, a distância focal, a exposição e o tamanho da imagem.

Edição: Fundação Caixa Agrícola do Noroeste, do ano 2018, Viana do Castelo; direitos de autor e arranjo gráfico: de Manuel Rocha; impressão: Rainhos & Neves, Lda.; tiragem: 500 ex.. com 191 pp., em papel couchet de 170 gr..

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