Foi esta semana apresentada, nos Antigos Paços do Concelho, a Agenda Viana Digital que contempla, desde já, 28 medidas e vai entrar em discussão pública (que deverá ultrapassar um mês de duração) após ser submetida a reunião camarária.
O documento propõe medidas nas áreas da vida urbana, mobilidade e energia, economia e trabalho, conhecimento e educação, cultura e criatividade, desporto e vida saudável e respostas sociais , criando o conceito de espaços digitais descentralizados nas freguesias.
“Queremos construir uma agenda que seja interpretada e receba os contributos de todos, desde instituições, juntas de freguesia, tecido empresarial e sociedade civil, e que seja assimilada por todos”, sublinhou o edil Luís Nobre.
O secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, destacou os projetos apresentados na sessão, já em funcionamento, como o Sirene, numa parceria entre a Câmara, a PSP e os bombeiros que utiliza georreferenciação para mapear os acidentes de viação na cidade e que permite “fazer a gestão urbana de forma mais validada por dados”, e disse que o objetivo é estender esse trabalho “ao consumo da água, eletricidade e a todos os ramos da atividade pública local”.
“Este mapeamento permite uma leitura rápida da situação. Se isso for replicado por outras zonas do país temos um mapeamento nacional nas várias áreas”, acrescentou.
Apontou, ainda a Viana + Acessível, uma aplicação móvel desenvolvida em articulação entre o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e o município. Esta “pretende apoiar todos os cidadãos com mobilidade reduzida de forma temporária ou permanente, informando-os das rotas mais adequadas desde a sua localização atual até a um dado destino pretendido”.
Bairros comerciais digitais
O secretário de Estado anunciou “que a meio do ano” Portugal deverá receber, da União Europeia, um reforço de “mais de 30% dos 50 milhões de euros” inicialmente destinados aos bairros digitais.
Adiantou “que a meio deste ano possa estar concluído todo o esforço que Portugal está a acrescentar ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
Os bairros comerciais digitais “são definidos como espaços urbanos contíguos, delimitados geograficamente, com elevada densidade de estabelecimentos de comércio e de prestação de serviços, incluindo HORECA [hotelaria, restauração e cafés], com uma estratégia comum de gestão suportada num ambiente tecnológico avançado”, pode ler-se no ‘site’ do IAPMEI.
O secretário de Estado realçou ainda que este é “mais um passo de Viana do Castelo na afirmação como embaixadora da transição digital do nosso país”.
De acordo com o governante, o foco não é a tecnologia, mas sim a aplicação da tecnologia ao serviço do cidadão. Mário Campolargo lembrou que Portugal preside um grupo das Nações Mais Digitais do Mundo, o que considerou ser motivo de orgulho porque a transição digital abrange todos e é um desígnio para Portugal. “Viana do Castelo é um exemplo nesta área”, frisou ainda.
Na apresentação pública, foi ainda assinado o termo de adesão que permite a criação do primeiro Balcão SNS24 Móvel em Portugal, a funcionar na Unidade Móvel de Saúde que a autarquia vianense criou em parceria com a Cruz Vermelha, no âmbito do programa municipal Saúde Mais Próxima, para reforçar a rede de cuidados de saúde de proximidade no concelho.