Há cerca de 15 anos não existia nada, mas agora Viana do Castelo conta com duas estruturas de apoio à ocupação dos tempos livres dos mais velhos. A primeira surgiu no seio do Centro de Estudos Regionais (CER) e a segunda, há cerca de nove anos, no Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).
“Esta é uma forma de nos tirar do sofá e de fazermos alguma coisa útil”, refere Lourdes Dias. A vice-presidente do CER e coordenadora da Academia conta que a ideia surgiu quando se aposentou e procurou algo e em Viana não havia nada. “A Academia Sénior vai fazer 15 anos no dia 05 de maio do próximo ano. Eu aposentei-me em 2003 e procurei na cidade alguma instituição, valência para seniores, porque me sentia muito capaz e não queria parar. Procurei e não encontrei nada”, salienta. Acrescentando que por recomendação de uma amiga bateu à porta do CER e propôs a ideia. Depois de algumas dificuldades conseguiram implementar o projeto que se iniciou com aulas de inglês e informática. Hoje tem clubes de leitura, pintura, fotografia, bordados, dança, partilha de saberes, técnicas de arquivo, informática, charadismo, entre outras. Em janeiro inicia-se o ciclo de estudo com sessões periódicas e que decorrem até junho. Este ciclo vai já na décima edição.
Nos últimos tempos, criaram o grupo Coral, que já organizou um encontro de coros aquando dos 40 anos do CER. “Este é o nosso mais recente bebé. Fomos desafiados a organizar um encontro de coros e ainda não tínhamos o coro”, salienta Lourdes Dias, que considera esta uma mais-valia para a Academia.
Contando com diversos parceiros, a Academia pretende, segundo a sua coordenadora, “consolidar, numa atualização constante, o que fomos criando e conseguir dar resposta a todas as solicitações e sugestões”.
Lourdes Dias conta que todos os dias há atividades na cidade e as pessoas podem inscrever-se nas instalações do CER, junto à igreja Matriz. Neste momento, frequentam a Academia do CER cerca de duas centenas de pessoas, mas há sempre lugar para mais um.
IPVC alia conhecimento e experiência de vida
No IPVC surgiu há cerca de nove anos uma nova valência, que este ano está num processo de reformulação e as atividades só irão arrancar em janeiro. O presidente do IPVC explica o objetivo. “O maior dos pressupostos de partida era o de demonstrar (e facilitar, se possível) que a aposentação seja, e apenas, “outra fase” da vida. (…)” Rui Teixeira acrescenta: “lograr que a fase sénior seja, porventura, uma das fases mais conseguida no gozo de viver, por terem terminado, já, muitas das preocupações fundamentais da existência e por se dispor, agora, de muito tempo por ocupar e de uma forte aliança entre conhecimento e experiência de vida (sabedoria)”.
Rui Teixeira explica que estão envolvidas no projeto cerca de 60 pessoas, que frequentam diversas atividades. Desde a história às artes, ao património, à saúde, à economia, à sociologia, à psicologia, às temáticas da idade, às novas tecnologias, à matemática ou às atividades de simples convívio.
As atividades decorrem, maioritariamente, nas instalações da Biblioteca Central do IPVC, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, defronte à Praia Norte.
Foto de Capa: Presépio elaborado pelos alunos da Academia Sénior do IPVC