Victorino d’Almeida festeja 70 anos de carreira em Valença

O maestro António Victorino d’Almeida vai celebrar, sábado, em Valença, 70 anos de carreia com um espetáculo que cruza as tradições musicais clássica, do fado e da morna.

O espetáculo “70 Anos de Carreira – Mornas & Fados” conta com a participação de Katia Guerreiro e Cremilda Medina, e é apresentado no jardim municipal de Valença, no âmbito do Festival IKFEM, que se realiza de sábado até à próxima terça-feira, na eurocidade Valença-Tui.

O IKFEM é um International Keyboard Festival & Masterclass, que surgiu em 2012 quando foi criada a eurocidade Valença-Tui, por iniciativa dos dois municípios ibéricos.

Sobre o espetáculo, a organização afirma, em comunicado, que “vai unir a morna, o fado e a música clássica, entre temas tocados e cantados individualmente por cada artista, mas também não vão faltar atuações conjuntas”.

“O espetáculo inicia-se com uma apresentação em palco a cargo por Miguel Leite, enquadrando a carreira e idiossincrasia do maestro António Victorino d’Almeida nas comemorações dos seus 70 anos de carreira com este espetáculo sem barreiras entre estilos musicais”.

Victorino d’Almeida “improvisará ao piano sobre mornas e fados”, e acompanhará as intérpretes Cremilda Medina e Katia Guerreiro.

Uma terceira parte do espetáculo junta Katia Guerreiro e Cremilda Medina, com os seus músicos, que apresentarão repertórios das duas tradições musicais, que são património cultural imaterial da Humanidade, ao qual se irá juntar Victorimo d’Almeida.

A cantora cabo-verdiana é acompanhada por Nando Andrade, ao piano, Dany Fonseca, à viola, e Djudjuty Alves, ao cavaquinho; a fadista portuguesa, por seu turno, é acompanhada por Pedro de Castro, à guitarra portuguesa, André Ramos, à viola, e Francisco Gaspar, na viola baixo.

O segundo álbum de Cremilda Medina, “Nova Aurora”, foi editado no passado mês de maio, dando sequência ao álbum de estreia “Folclore” (2017), que lhe valeu o World Music Award, nos Estados Unidos, o Prémio Melhor Morna e Sapo Award em Cabo Verde.

Em 2018, gravou com Tito Paris “Nôs Morna”, distinguida com o World Music Award, nos EUA.

Katia Guerreiro deu os primeiros passos nas lides musicais no Rancho Folclórico de Santa Cecília, onde tocava viola da terra.

Como fadista, editou em 2002 o álbum “Fado Maior”, ao qual se seguiram outros nove álbuns, sendo o mais recente, “Mistura” (2022).

António Victorino d’ Almeida, 83 anos, é autor de sete sinfonias, uma ópera, “Canto da Ocidental Praia”, sobre a vida de Luís de Camões, dois Concertos para Piano e Orquestra, e de duas missas para solistas, coro e orquestra, peças de música de câmara, entre as quais sete sonatas para piano, sendo ainda autor de prelúdios, fugas, noturnos, e fados, como o “Fado do Campo Grande”, uma criação de Carlos do Carmo (1939-2021).

Victorino d’Almeida tem sido distinguido, pelos governos de Portuigal, Áustria e França, nomeadamente com a Medalha de Mérito Cultural (2021) e Ordem do Infante D. Henrique (2005), a Grande Insígnia de Prata e Cruz de Honra Austríaca das Ciências e das Artes e Como “Chevalier des Arts et des Letres” (2014).

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