Posto da GNR vai encerrar?

O Posto da GNR localizado no lugar do Romão está em vias de ser encerrado a curto prazo. Esta informação é de fonte segura e vem confirmar os rumores que desde há algum tempo a esta parte circulavam pelas tertúlias das conversas informais entre grupos da população local.

Alguns dados que interessam lembrar para elucidação das valências do Posto da freguesia de Lanheses e a abrangência perniciosa da sua extinção.

As freguesias policiadas pela GNR de Lanheses: São Pedro de Arcos, Fontão, Lanheses, Vila Mou, São Salvador da Torre, Nogueira, São Lourenço da Montaria, Vilar de Murteda, Meixedo, Moreira de Geraz do Lima, Santa Maria de Geraz do Lima e Santa Leocádia de Geraz do Lima. A população é de cerca de 9.101 habitantes para uma área de 102.14 km2. Atualmente, o Posto tem um efetivo de  sete militares,  quando numa situação de normalidade, deveria ter, no mínimo, 22. Na margem direita do rio Lima entre Viana e Ponte do Lima, numa distância de 25 km, não há qualquer força policial fixa.

Há cerca de rês anos eram 14 os agentes policiais, sendo que alguns saíram deste posto por motivos de promoção, por imposição, e razão de aposentadoria. Contudo, nesse período, era possível assegurar constantemente os três períodos de patrulha, 00h – 08h, 08h – 16h e 16h – 24h; dos atuais elementos um é o Comandante de Posto, 2.º Sargento, outro militar para efetuar serviço de inquéritos / secretaria, mais três militares diários para assegurarem o atendimento ao público e respetivas folgas, férias e baixas médicas. 

Atualmente, este serviço, em alguns dias e  horários, já é assegurado por militares de outros Postos. Assim, com 90% das ocorrências em toda a área que leva a um aumento de números de contraordenações e de processos crime dos outros Postos a aumentarem, e em Lanheses, consequentemente, a diminuírem,  essa é a principal medida para que os Postos levem reforço de efetivo ou não. Ainda este ano, irão sair mais dois militares , um por motivos de promoção a novo cargo e outro para a respetiva reforma, não se perspetivando uma compensação num futuro próximo no número das unidades de serviço vinculadas ao Posto. 

Entretanto, o Posto da GNR de Barroselas tem atualmente um efetivo com 26 militares policiando 10 freguesias: Deão, Deocriste; Subportela; Vila Franca; Portela Suzã; Mujães; Barroselas; Carvoeiro; Vila de Punhe e Alvarães.

Nos últimos anos, todos os Postos têm recebido aumento de efetivos, todavia, Lanheses vê progressivamente reduzido o número dos seus agentes o que origina que na  maioria dos dias não exista qualquer tipo de patrulha, quando o normal obrigaria a fazerem-se, no mínimo, três patrulhas para cobrir o número de horários legais.

Perspetiva-se, ainda, que neste mês de agosto, o atual Comandante do Posto irá ser transferido para outra unidade,  ficando o de Lanheses sobre a jurisdição de Barroselas. 

 Face à veracidade dos factos atrás relatados atente-se na promessa eleitoral propalada nas eleições de há dois anos, quando se anunciava o aumento do número de militares do Posto, e, especialmente, a construção de instalação própria.

Foi-se a sede dos Correios, as agências bancárias, a Escola de artes marciais de um casal natural de Lanheses, estando em risco, dando crédito a notícias propaladas com alguma consistência, que o próprio Centro de Saúde será o próximo. Se assim for, acautele-se a Escola Secundária do Agrupamento Escolar de Arga e Lima, o degradado edifício da Quinta da Barrosa e a casa da antiga sede da Junta de Freguesia no Largo da Feira. Será que a farmácia também faz parte do pacote dos serviços a liquidar? Ah, temos a ponte para ir comprar remédios na margem esquerda.

Com exceção da relevante manifestação popular aquando do encerramento do espaço próprio dos Correios, que aconteceu depois do facto consumado e por isso inútil, as demais perdas também não mereceram a reação pública antecipada da população lanhesense. 

Os prejudicados, que somos todos, não são pró-ativos, agem passivamente por falta de liderança enérgica e determinada em alcançar os objetivos, não se promovem manifestações reivindicativas com greves de fome nem cortes de estrada, apenas se manifestam com lamentos após os factos consumados. 

Nos tempos que vivemos de pouco ou nada valem as promessas propaladas em campanhas eleitorais, nem vingam os argumentos exarados em ofícios  e e-mails, porque apodrecem sem serem lidos nas gavetas dos decisores ou adormecem esquecidos nos ficheiros dos computadores. 

Num cartaz exposto à entrada do acesso à zona industrial anunciava-se que “Lanheses TEM tudo”. Não me surpreenderá que a breve prazo o slogan adequado à realidade seja “Lanheses TEVE tudo”.  

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