As Inquirições de 1280 falam da freguesia de S. Miguel de Alvarães e mencionam expressamente o seu padroeiro, o Arcanjo S. Miguel (De Sancto Michaele d’Alvaraes). “Hé orago desta parochia o Archanjolo Sam Miguel”.
Alvarães é freguesia há centenas de anos e o seu nascimento está associado à “formação de Portugal”, com uma história que se perde nas “densas brumas do passado” e onde não é nada fácil divisar com nitidez muitos pormenores que escapam aos estudiosos do tema.
O certo é que o Arcanjo S. Miguel, que se celebra no dia 29 de setembro, é o seu orago e padroeiro desde sempre, muito embora não esteja a festa principal da vila associada à comemoração litúrgica do Anjo de Deus, que é também o padroeiro dos tanoeiros, chapeleiros, esgrimistas, capelistas, dos fabricantes de filhós, merceeiros e donos de balneários.
S. Miguel foi instituído pelo Papa Paulo VI (23.04.1976) padroeiro principal dos Agentes da Segurança Pública, em toda a nação portuguesa.
S. Miguel anda desde sempre associado à época das colheitas (pelo Samiguel – diz o povo). São notáveis as referências escritas ao longo da história que estão relacionadas com o pagamento das rendas e foros, mormente na época feudal pelos servos e outros trabalhadores da gleba aos senhores da terra.
Alvarães vive com sentimento o dia do seu padroeiro e de há uns anos para cá, as zeladoras dos altares e da tribuna da nossa igreja Matriz não se têm poupado a esforços para abrilhantarem o Templo.
A Festa das colheitas é um hino de agradecimento a Deus pelos produtos agrícolas saídos da terra, onde há dádiva, imaginação, beleza e muita arte.
Foto: Victor Coutinho