Uma ação de plantação de espécies autóctones no Cabedelo contou, na semana passada, com a presença de 224 crianças de Viana do Castelo.
No dia 11 de dezembro assinalou-se o Dia Internacional da Montanha e esta ação de plantação reuniu alunos da Escola Básica/Jardim de infância Zaida Garcês, Escola Básica Senhora das Oliveiras e Clube de Ciências da EB 2,3 Frei Bartolomeu dos Mártires, que foi vencedor do concurso da Floresta Autóctone. Esta plantação, que aconteceu na Ribeira de Anha, no Cabedelo, na freguesia de Darque, iniciou a recuperação ecológica do primeiro de 13 monumentos naturais do concelho, que representam uma área de nove mil hectares.
As tarefas a serem realizadas contam, numa primeira fase, com o abate e remoção de invasoras lenhosas, como a acácia (de diversas espécies como a mimosa, a austrália e a acácia de espigas), o eucalipto, a háquea e de outras espécies, como a cana-do-reino, o chorão, a tradescância (conhecida como a erva-da-fortuna) e a erva-das-pampas.
O Município iniciou os trabalhos na primeira área a intervencionar, o Monumento Natural da Ribeira de Anha, com cerca de 41 hectares, classificado pelo município de Viana do Castelo em 2016. A primeira fase incluiu o abate e remoção das invasoras entre a foz do rio Lima e até à foz do ribeiro de Anha, e a segunda fase implicou agora a plantação de vários milhares de pinheiros, de medronheiros e de pilriteiros, entre outras espécies nativas portuguesas (também designadas indígenas ou autóctones).
A recuperação ecológica deste monumento natural está a ser feita em parceria com a Quercus e através de ações de plantação por voluntários – munícipes e empresas – e pelos alunos das escolas do concelho de Viana do Castelo. Este também regista testemunhos das plataformas costeiras do último interglaciar, que estão neste local cerca de 1 metro abaixo das congéneres a norte do Rio Lima e em resultado de uma falha geológica com atividade recente (movimento vertical de 0,008 mm/ano) e sobre a qual o rio Lima se instalou.
Ocorrem também neste monumento natural geoformas costeiras como sapas e marmitas, do penúltimo interglaciar (idade absoluta aproximada de 245 mil anos) e salinas de idade pré-romana.