“A Falar é que a gente se entende”

“A Falar é que a gente se entende” foi  o tema para a conversa da noite da última sexta-feira no “Ler em Viana”. Por motivos de saúde, Adelino Gomes, premiado e renomada jornalista, não marcou presença, mas esteve presente Alfredo Cunha, consagrado fotojornalista, tendo o moredaor sido Rui Faria Viana. Foi uma conversa num espaço bem composto de público que durante perto de duas horas assistiu ao evento e onde não faltaram prospeções de fotografias, a preto e branco, de diferentes períodos na sua atividade profissional.

Nascido há 68 anos, em Celorico da Beira, filho e neto de fotógrafos, pai de uma ilustradora e designer, começou a sua atividade na imprensa em 1972, n’O Século, para o qual fotografou o “25 de Abril”, passando depois por outros jornais e agências de notícias, além de ter sido o fotógrafo oficial dos presidentes da República, Ramalho Eanes e Mário Soares.

Alfredo Cunha deteve-se a contar episódios da sua vida profissional, nomeadamente aquando da guerra no Iraque, onde assistiu a um atentado num quartel de forças de manutenção da paz quando acabava de estar naquele espaço (encontrava-se apenas a 200 metros). Falou, ainda, da edição anual da Revista Viana (2020), com fotos de Viana do Castelo da sua autoria.  Também explicou a sua preferência pelo preto e branco e o fotografar de figuras humanas, a “forma de escrita” que encontrou para se expressar e onde as cores “estão todas” – enquanto, na sua opinião, as coloridas têm “muito ruído”.

Falou dos avanços tecnológicos na sua área, do seu gosto pela fotografia digital, e, também, em tom crítico e de lamentação, do difícil momento na Imprensa, do modo de a gerir de alguns empresários e das dificuldades de muitos fotojornalistas. Estes acabam, muitas vezes, por optar pela fotografia mais comercial ou publicitária para terem um rendimento mais condigno.

No final, ainda houve tempo para autografar livros da sua autoria à venda na feira do livro. Por sinal, àquela hora (cerca das 23h) já com pouco público. 

Todavia, segundo fonte da organização, a afluência até foi significativa, numa média de mil visitantes diários durante as duas semanas que durou o evento.  

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