Apologia de teatro amador

A Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço e o Grupo de Teatro Amador estrearam na sala de festas, no passado dia 22 de março, a peça “O SORRISO DE CORONA LISA”. A procura de ingressos para o espetáculo foi de tal ordem que ao segundo dia de vendas estavam esgotados. 

Tal facto deveu-se particularmente ao interregno da atividade do grupo de teatro da SIRC provocado pela famigerada pandemia, mas também pelas credenciais que o grupo ostenta na sua identidade. Podemos dizer que o facto da correria à bilheteira produziu um acréscimo de responsabilidade àquela que todo o elenco já possuía para que o espetáculo atingisse um nível de excelente qualidade, o que de facto veio a verificar-se na estreia para contentamento de todo o elenco.

Deste modo Carreço, pela mão da Sociedade de Instrução e Recreio, mantém incólume a tradição do grupo apresentar teatro qualitativo, resultado de muito trabalho, empenho e dedicação de toda uma equipa que engloba cerca de três dezenas de elementos, todos eles motivados em dar o melhor de si para uma causa nobre como é o teatro, mas uma coisa é certa e não a podemos de forma alguma ignorar, toda esta equipa é amadora.

A Direção da Coletividade numa resposta rápida à solicitação do público leva novamente à cena “O Sorriso de Corona Lisa” nos próximos dias 12 e 13, sexta-feira e sábado, no mesmo horário às 22 horas, mas curiosamente a corrida aos ingressos aconteceu novamente tendo-se esgotado num ápice para o dia 13, restando pouquíssimos para o dia 12.

Provavelmente mais sessões vão acontecer, apesar de não ser no imediato por motivos relacionados com a gestão do espaço do palco devido a compromissos anteriormente agendados com outra instituição carrecense. Mas estamos plenamente convictos que a “Corona Lisa” ainda tem muito para dar.

Uma coisa é certa, com “O Corona Vírus” durante dois anos andamos sozinhos, mudos, isolados, tristes, medrosos e com muitas outras situações, mas uma vez que oficialmente a “Covid-19 já não é uma emergência sanitária internacional”, como nos disse a OMS, saibamos todos nós tirar vantagem da situação do presente e deixar-nos enlear nesta maravilhosa peça “O Sorriso de Corona Lisa”, assim deste modo contrapor a todas as situações indesejáveis que vivemos naquela horrível era pandémica, com alegria, folia, prazer, sorriso, satisfação e muito mais, porque todos nós, uns mais outros menos, fomos personagens confinadas como nos narra a Sinopse nestes termos: “…A trama do Sorriso de Corona Lisa passa pelo retrato da vida quotidiana dos vizinhos de um prédio, confinados aos seus apartamentos e tentando gerir o seu tempo, condicionados por umas partículas que vão desde gotículas respiratórias de maiores dimensões a aerossóis mais pequenos (corona vírus). E se levantarmos o véu dalguns aspetos ou características da personalidade das personagens, podemos, com alguma segurança, concluir: durante o desconfortante confinamento… Quem nunca foi…”

Para desvendar quem foi, ou nunca foi, torna-se simplesmente necessário assistir ao espetáculo e extrair daí as respetivas ilações. Portanto a partir daqui convidamos os nossos leitores a assistir à belíssima peça que a SIRC tem em exibição, à qual o seu Grupo de Teatro Amador lhe dá corpo e alma, resultando todo o seu trabalho num magnífico hino ao Teatro, no caso presente num magnífico hino apoteótico ao Teatro Amador.  

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.