As Olimpíadas de Tóquio (e algo mais), por Antoine Launay

Sem que os Jogos Olímpicos de Tóquio tivessem, sequer, iniciado, Antoine Manuel Launay era já figura destacada. O motivo? Antoine foi, por entre mais de 80 elementos, o primeiro de todos, na comitiva portuguesa agrupada para as Olimpíadas do presente ano, a chegar ao Japão. O facto foi de tal forma elevado, que o canoísta do Darque Kayak Clube viu mesmo o nome ser publicitado por uma boa parte da imprensa nacional, que reportou a chegada do atleta a solo nipónico com a devida pompa. Aliás, terá sido precisamente com pompa e toda a circunstância que Launay foi recebido em Oshu, terra japonesa escolhida para zona de concentração e de treinos do luso-francês. Os pormenores da estadia são contados em edição recente do diário desportivo Record.

Quando a 26 de junho aterrou pelo Japão, o canoísta foi, segundo se conta na reportagem, tido e recebido como “verdadeira estrela”, “com direito a ser notícia nos órgãos de comunicação social de Oshu”, inclusivamente: “Tive uma receção pelas autoridades locais e fui também entrevistado pelos jornalistas”, partilhou Antoine, que aproveitou para descrever algumas das condições proporcionadas: “Eu divido um bungalow com o meu treinador. É super confortável e muito seguro no que à pandemia diz respeito. Temos depois outro onde fazemos as refeições e reuniões”, acrescentou. Quanto ao espaço envolvente, dúvidas não restavam: “É lindo e é como nos filmes. É muito pequeno e muito limpo e o canal de treino tem água muito limpa e rápida”, realçou ao Record.

No que toca à ambição em prova, o desportista tratou de definir o que pretende da experiência olímpica: “O objetivo principal será sempre o de chegar à final. Depois, tudo pode acontecer e com alguma sorte ganhar uma medalha”, rematou.

Também de ambições olímpicas e de outros assuntos, falou o atleta com o projeto Benfica Independente, plataforma em que não se renega a óbvia preferência clubística dos respetivos representantes, mas que vem procurando promover, de forma genérica, o desporto e desportistas. Inserida na rubrica Até Tokyo, a entrevista organizada por aquele meio de comunicação permitiu a Launay focar-se em vários temas.

Tendo como certa a vontade de chegar à final da especialidade em que participará (K1 slalom), o jovem recuperou momentos da carreira, abordou as origens, fruto de “pais de duas nacionalidades diferentes”, reportou as vivências de quem diz ter passado boa parte da existência em França. Discorreu sobre as rotinas e deveres competitivos, que o fazem treinar “duas a quatro vezes por dia”, explorou e misturou as vertentes pessoal e profissional. Houve – sublinhe-se – palavras de apreço para com aqueles que por cá o acolheram, sobrando elogios para os responsáveis do DKC e para a cidade de Viana: “O meu clube acompanha-me diariamente com mensagens, com muitos apoios em logística e organização. É o clube mais formidável possível quando volto ao país. Sou muito bem recebido e as instalações são as melhores que já vi. A única desvantagem é a falta de curso com corredeiras. Espero que se venha a tornar o melhor clube da Europa, a par com o de Praga, sendo que faz muito frio e chuva em Praga. Tenho apenas um patrocinador, é a própria cidade de Viana do Castelo. Tenho muito orgulho em representar esta cidade e Portugal além-fronteiras. É fácil divulgar uma cidade tão bonita. Todos aqueles a quem recomendei a cidade assumem que lhes dei bons conselhos”, referiu em declarações prestadas à plataforma digital.

Antoine Launay qualificou-se para as meias-finais, tendo conseguido atingir o 12.º lugar. Segundo informações da agência Lusa, o canoísta alcançou o 10.º tempo na primeira manga, em 95,68 segundos, melhorando o registo na segunda, para 93,5. O atleta vianense alcançou uma das 20 vagas nas meias-finais em disputa pelos 24 canoístas presentes.

A final de K1 slalom encontra-se agendada para amanhã, dia 30. É lá, e, no fim, de medalha ao pescoço, que se quer que esteja Antoine Launay.

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