Assembleia e Junta de Freguesia de Darque: os acordos partidários, os eleitos e os papéis que se definem

A sede da Junta de Freguesia acolheu no passado sábado, dia 16, aquela que foi a primeira Assembleia após as eleições autárquicas de setembro.

Em clima de paz e concórdia, novas e velhas “caras políticas” da freguesia tomaram os respetivos assentos, uniram-se cores partidárias, nas intervenções, em discursos e posições, e até Augusto Silva, vencedor pela CDU e já de posse consumada na presidência da Junta, não enjeitou falar à “A Aurora do Lima” acerca dos acontecimentos recentes.

O começo de sessão ficou marcado pela instalação e verificação da legitimidade dos eleitos integrantes da Assembleia de Freguesia, sendo que, durante instantes, acabaram lidos e identificados os nomes de: Augusto Manuel Alves Silva, Carlos Alberto de Araújo Esteves, Cátia Soraia Gaspar Cebolo, António Manuel Fernandes Pinto, Ana Rita da Silva Cruz e Manuel Joaquim Barbosa Dias, pela CDU; Joaquim Dantas Afonso Perre, Rosalina Maria de Freitas Rodrigues, Rui Alberto Gonçalves Brito Martins, Vânia da Conceição Ribeiro Gonçalves Ferreira e Maria Emília Martins Gonçalves Moreira, do PS; António Fernando Pires Coelho e Adriano Domingos Martins Maia Ferreira, legítimos representantes da coligação constituída por PPD/PSD e CDS/PP.

A cerimónia de instalação serviria de mote para a primeira reunião entre os membros designados, constituída para tratamento de uma ordem de trabalhos dividida em dois pontos: a eleição dos vogais da Junta de Freguesia e a eleição do presidente e dos secretários da Assembleia.

Apresentada aos demais eleitos a partir de proposta do presidente, Augusto Silva, a lista de vogais da Junta foi votada e apreciada. Apesar de um par de votos em branco, 11 membros validaram a composição política formada por Carlos Alberto de Araújo Esteves, Cátia Soraia Gaspar Cebolo, António Manuel Fernandes Pinto, constituintes da CDU, e por Vânia da Conceição Ribeiro Gonçalves Ferreira, membro do PS. Convidados a tomar o lugar dos eleitos para o executivo, Remi Gonçalves Ferreira, Marta Conceição Alves Silva Ligeiro, Manuel Augusto Maciel São João e Miguel António de Almeida Gonçalves, da CDU, e Susana Maria Dinis Capitão dos Santos Oliveira, do PS, foram, por sua vez, os representantes nomeados para o efeito.

Mas restava ainda contexto para consenso e unanimidade. Chegado o tempo de eleição da Mesa da Assembleia, deliberou-se, primeiro, que a metodologia de votação se processasse por lista, expondo-se, apenas, uma única a sufrágio. 13 votos confirmaram António Fernando Pires Coelho (PPD/PSD – CDS/PP) como novo Presidente do organismo, Susana Maria Dinis Capitão dos Santos Oliveira (PS) enquanto 1.ª secretária e Ana Rita da Silva Cruz (CDU) na posição de 2.ª secretária.

Augusto Silva e os entendimentos alcançados: “Que todas as forças políticas estejam disponíveis para colaborar com o executivo e fazer o melhor por Darque”

Finda a reunião de freguesia local, urgiam perspetivas acerca do que ocorrera. E Augusto Silva, o presidente de Junta reeleito, tratou de deixar o seu depoimento. Assumindo que quanto à escolha do executivo “as coisas estavam delineadas”, espaço houve, também, para a diferença, embora “ligeira”, com os restantes partidos a escrutínio. Tudo por conta da “composição da mesa da Assembleia, porque nas conversações com os dois partidos da oposição, não tinha havido grande entendimento”. A situação mudou, todavia: “Atendendo a que o PS integra o executivo, acabou por haver um entendimento em que se deveria propor e aceitar a presidência da assembleia da terceira força política, neste caso, o PSD.”

Alcançados tais acordos partidários, a expetativa manifestada pelo máximo representante político da freguesia pareceu definir-se de forma relativamente clara: “O que se espera é que, com esta distribuição, todas as forças políticas estejam disponíveis para colaborar com o executivo e fazer o melhor por Darque”.

Mas não foi só da sessão de assembleia local que se falou. Ainda à “A Aurora do Lima”, Augusto Silva perpassou algumas das primordiais conclusões originadas pelos resultados das últimas eleições autárquicas. No testemunho prestado, falou de passado e de futuro.

Do que representou a vitória alcançada, e sobre o que esperar a partir dela: “A ideia principal passa por continuar o projeto que tínhamos. Os darquenses demonstraram nas urnas que estão com este projeto da CDU. Os darquenses votaram, na sua maioria, num programa que destaca uma linha de continuidade”, começou por frisar, para, de seguida, direcionar algumas palavras para ‘fora’ do seu círculo partidário: “Penso que as outras forças políticas, e mesmo a Câmara Municipal, terão tirado as suas ilações, a partir dos resultados. Mesmo tendo ganho em Darque, a Câmara perdeu quase 400 votos em relação a mandatos anteriores, tendo, até, esta lista que apresentámos para a Junta de Freguesia tido mais votação do que a própria Câmara, coisa que julgo nunca ter acontecido, pois o número de darquenses a votar para a Câmara era sempre maior do que aqueles que votavam no partido que vencia a freguesia. Desta vez, as coisas inverteram-se, algo que mostra a sensibilidade e disponibilidade dos darquenses para reivindicarem aquilo que acham justo e correto para Darque”, concluiu o líder político.

Contudo, as palavras definitivas de Augusto Silva não tinham sido, ainda, partilhadas. Questionado sobre se o resultado eleitoral funcionara como reforço de legitimação política, não lhe restaram hesitações: “Sem dúvida!”, disse, para, num registo tão ou mais pronto, lançar as notas finais: “Também é importante envolver as outras forças, porque ideias positivas existem em todas as forças. Agora, é óbvio que as ideias, sendo mais ou menos positivas, devem ser discutidas nos Órgãos devidos, seja no Executivo, em Assembleia de Freguesia e, se necessário, mais abertamente, com a população”, terminou.

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