Bienal de Cerveira conta com o tema liberdade

Entre 20 de julho e 30 de dezembro, a Bienal de Cerveira “És Livre?”, Vila Nova de Cerveira será palco deste evento dedicado à produção artística contemporânea para apresentar 160 obras, de 120 artistas de 20 países.

Assinalando 46 anos, a bienal de arte mais antiga da Península Ibérica convida artistas, pensadores e públicos a refletir em torno do tema da Liberdade, problematizando questões associadas aos valores democráticos conquistados na Revolução de Abril de 1974 e nos quais se alicerça o legado histórico e cultural erigido pela Bienal Internacional de Arte de Cerveira.

Com direção artística de Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos, o evento adota o modelo de 1978, com algumas novidades nas orientações programáticas: homenagem a Isabel Meyrelles, exposição do concurso internacional e artistas convidados, projetos curatoriais, o projeto “Livre Trânsito”, com residências artísticas em todas as freguesias de Vila Nova de Cerveira, o ciclo de conferências internacionais sobre o tema da Liberdade, ateliers livres, visitas orientadas, entre outras ações de mediação.

Uma das características da BIAC é o concurso internacional, que tem permitido, ao longo de quatro décadas, a participação de artistas emergentes, afirmando-se como um palco de oportunidades para novas gerações. Nesta edição de 2024, a FBAC registou 469 propostas submetidas, de artistas de 56 países tendo o Júri de Seleção escolhido 56 obras e 5 intervenções de 51 artistas de 12 países, que terão como fio condutor uma reflexão sobre a Liberdade.

Os trabalhos dos concorrentes selecionados estarão sujeitos aos Prémios Aquisição Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, no valor de 20 mil euros, e a um Prémio Revelação do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), no montante de 1250€. A exposição poderá ser visitada no Fórum Cultural de Cerveira.

Patente no espaço da Galeria Bienal de Cerveira, no centro da vila, a exposição dos artistas convidados parte igualmente do desafio de pensar a liberdade. Com curadoria de Mafalda Santos, o projeto reúne 26 artistas de diferentes gerações e geografias, com obras inéditas e especificamente selecionadas pela pertinência e afinidade com o tema proposto.

A mostra reúne obras de pintura, desenho, vídeo, fotografia, instalação, organizadas segundo diferentes núcleos que estabelecem ligações e narrativas cruzadas. Oriundos de países como os Estados Unidos, a Dinamarca, Portugal, Brasil, Espanha, Angola e Moçambique, podemos destacar diferentes abordagens e perspetivas transversais aos artistas que se prendem com questões associadas à liberdade.

Destes diferentes núcleos podemos destacar a afirmação da liberdade do gesto artístico, o questionamento da nossa história e legado colonial, as lutas de poder e de memória, da liberdade de identificação e afirmação de género, a força política e poética das palavras, o humor e a vitalidade da dança entre a vida e a morte.

Artistas convidados: Alexandre Vogler (1973, Brasil), Ana Silva (Angola, 1979), Andrew Binkley (EUA, 1979), Catarina Lucas (Portugal, 1997), Fabrizio Matos (Portugal, 1975), Gonçalo Mabunda (Moçambique, 1975), Gustavo Sumpta (Angola, 1970), Horácio Frutuoso (Portugal, 1991), Inês Ventura (Portugal, 1984), Isaque Pinheiro (Portugal, 1972), João Pedro Vale (Portugal, 1976) e Nuno Alexandre Ferreira (Portugal, 1973), Luísa Soeiro (Portugal,1955), Luís Espinheira (Portugal, 1979),  Luís Palma (Portugal, 1960), Maria Trabulo (Portugal, 1989), Mané Pacheco (Portugal, 1978), Manuel Santos Maia (Portugal, 1970), Muntadas (Espanha, 1942), Ramiro Guerreiro (Portugal, 1978), Silvestre Pestana (Portugal, 1949), Søren Dahlgaard (Dinamarca, 1973), Tales Frey (Brasil, 1982), Susana Mendes Silva (Portugal, 1972), Wawi Navarroza (Filipinas, 1979), Zadok Ben-David (Iémen, 1949).

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