Carta ao Diretor

Recentemente, quando lia o jornal “I”, deparei-me com o editorial assinado por um jornalista (?) de nome Vítor Rainho, que zurzia fortemente nas Autoridades de Transito, por entender que os excessos de velocidade não deviam ser tão penalizados, mais parecendo uma autêntica caça à multa.

Não concordo, por várias ordens de razão: porque a autoridade atua no estrito rigor da lei; porque a sinistralidade no nosso país é das maiores da Europa, cabendo aos excessos de velocidade a maior fatia; porque é necessário refrear os condutores que fazem das estradas de Portugal autênticas pistas, não olhando ao quadro das mortes e estropiados de que diariamente tomamos conhecimento!

Não imagina o editorialista os dramas vividos pelas famílias e também os enormes custos que o País suporta?

As atuações policiais nesta área são sempre de aplaudir. Já não direi o mesmo quando existe excesso de zelo por parte da autoridade em infrações de mínima importância e até sem consequências.

Dir-me-ão que a lei é para se cumprir, com o que concordamos. Ainda assim, atrevo-me a relatar dois casos de que fui testemunha, que ilustram perfeitamente o que acabo de referir: Vi aplicar uma multa (não divisei o autuante) no parque de estacionamento duma grande superfície comercial, onde naquela hora havia mais de 150 lugares de estacionamento vagos! O autuado estacionou num dos 3 lugares destinados a deficientes, cuja identificação marcada no chão estava praticamente invisível resultante do tempo.

Os cerca de 150 lugares continuaram vazios e dois dos lugares destinados aos deficientes, também!… Outro episódio que também reputo de excesso de zelo aconteceu na Rua Major Xavier da Costa: Havia dois dias tinha sido votado pela Assembleia Municipal um espaço para estacionamento de viaturas dos Bombeiros Voluntários, local onde parei por momentos para recolher, num escritório de 1.º andar, um computador para ofertar à Casa dos Rapazes. O tempo de menos de 5 minutos, foi suficiente para a multa (não foi divisado o autuante). Na esquadra, onde nos dirigimos, foi explicado o acontecido; que existe sempre um período de “nojo” entre o despacho camarário e a efetiva execução prática; o fim altruísta a que se destinou a breve paragem. Enfim, mais que razões para não se proceder ao excesso de zelo. A autoridade quis assim!

Entre o editorial do Sr. Vítor Rainho, publicado (..) no jornal “I” e os casos que acabo de relatar, parecem situações tão antagónicas que colocam muito mal o Sr. Vítor Rainho no primeiro caso e a autoridade policial no segundo.
APS

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.