Numa altura em que se avizinha um clima de mudança e incerteza relativamente às consequências do Brexit para a Economia, a CEVAL – Confederação Empresarial do Alto Minho, mostra-se apreensiva com o potencial efeito negativo nas exportações do Alto Minho para o Reino Unido.
Estas preocupações decorrem do estudo “Brexit: As Consequências para a Economia e para as Empresas Portuguesas”, realizado por especialistas da Ernst & Young – Augusto Mateus & Associados para a CIP – Confederação Empresarial de Portugal.
Segundo aquele estudo, é estimado que o Brexit tenha um impacto negativo entre 0,5% e 1% no PIB nacional, originando um efeito negativo de 15% nas exportações portuguesas para o Reino Unido, num cenário mais otimista, chegando mesmo aos 26% de perdas potenciais.
Para os responsáveis da CEVAL, esta preocupação agudiza-se ainda mais quando se conclui que ao nível da exportação de bens, o Alto Minho, tendo em conta a sua especialização produtiva, está entre as regiões mais sensíveis aos riscos deste processo.
Setores como o da Energia e dos Componentes de Automóveis, sendo dos mais relevantes para a região, são também dos que mais exportam para o Reino Unido, aumentando a inquietação dos responsáveis da CEVAL.
Segundo dados da AICEP, o Reino Unido é o 4º país para onde o Alto Minho mais exporta, gerando um total de 134 milhões de euros de receitas, correspondente a 8% do total de exportações da região. Os dados de 2017, ainda com o Reino Unido na União Europeia, indicam que 90,4% das exportações do Alto Minho são intra-comunitárias, o que agrava a preocupação dos representantes dos empresários alto minhotos que alertam para a necessidade dos diferentes atores da região se unirem e anteciparem medidas de proteção e estímulo para a economia do Alto Minho.