Desconstrução do prédio Coutinho já foi retomada

A desconstrução do prédio Coutinho foi retomada na tarde da última quinta-feira. Muitos curiosos marcaram presença no arranque da demolição da parte mais alta do edifício de 13 andares.

“Já viste como a máquina trabalha”, referia Manuel Santos, ao perceber que a máquina giratória poderia alcançar os 40 metros de altura.

Na tarde de quinta-feira e manhã de sexta-feira vários vianenses registavam em fotografia e vídeo o “espetáculo”, como se ouvia nos arredores do Coutinho. 22 anos depois de ter sido aprovada a demolição, concretizava-se algo que os comerciantes da zona já esperavam. “Esta situação acredito que será benéfica para nós”, revela um comerciante, que preferiu ficar no anonimato. 

Cláudio Costa, administrador e um dos proprietários da Baltor, a empresa responsável pela desconstrução do edifício, disse, à agência Lusa, que o processo está a decorrer a um bom ritmo. “Estamos a demolir de trás para a frente, entrando cada vez mais no edifício.”

Apesar do atraso no início da desconstrução dos 105 apartamentos existentes nos 13 andares das duas torres, nascente e poente, prevista para janeiro, Cláudio Costa acredita que “ainda é possível” cumprir o prazo previsto para a conclusão da empreitada, o próximo mês de março.

Ainda assim, admite que “no pior dos cenários, temos um atraso de um mês.” A isto, acrescenta que, neste fase, a obra está “muito dependente” da máquina giratória que, no primeiro dia de demolição “pura e dura”, está a “ter um bom rendimento”.

Material da desconstrução

O administrador da empresa responsável pela desconstrução do prédio Coutinho, em Viana do Castelo, acrescentou que  algum material retirado do edifício foi encaminhado para reciclagem, outra para reutilização e algum entrou diretamente no mercado.

Já o Portal da Construção Sustentável (PCS) asseverou que a desconstrução do prédio Coutinho, Viana do Castelo, não é mais do que “uma demolição comum”, quando “deveria e poderia ter sido um desmonte exemplar”, visando a “reutilização de materiais”.

“Separar e britar os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) e encaminhá-los para uma gestora de resíduos já é obrigatório em Portugal há mais de 10 anos”, afirmou, a alguns órgãos de comunicação, a arquiteta Aline Guerreiro, administradora do PCS, citada numa nota enviada às redações.

Para Aline Guerreiro, a intervenção em curso no edifício de 13 andares, no centro histórico de Viana do Castelo, “deveria/poderia” ser o que “ainda não se faz em Portugal, e que já é prática comum nos países mais evoluídos da Europa, como Dinamarca, Holanda ou Alemanha, que é a reutilização dos materiais em bom estado, em vez de os britar”.

Contactado pela  Lusa, o vogal executivo do conselho de administração da VianaPolis, Tiago Delgado, disse que tem sido feito “tudo o que é possível” para reutilizar materiais e a  “teoria é uma coisa, mas prática e, na realidade, é um bocadinho diferente”.  

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