Desfile das “noivas de Santo António” no Centro Social

O mês de junho é tradicionalmente conhecido pelo mês dos Santos populares – Santo António, São João e São Pedro. O primeiro Santo a ser festejado é Santo António, conhecido como um santo casamenteiro que, segundo reza a lenda, era um excelente conciliador de casais. Daí a tradição dos “Casamentos de Santo António”, que se realizam, no dia 12 de junho e que surgiram pela primeira vez em 1958, quando 26 casais ficaram unidos pelo matrimónio, na igreja de Santo António, em Lisboa. O objetivo da iniciativa era possibilitar o casamento a casais com maiores dificuldades financeiras. Depois de 16 anos de concorridas edições, a tradição foi interrompida no conturbado ano de 1974.

Trinta anos depois, a Câmara Municipal de Lisboa recuperou os “Casamentos de Santo António”, com o mesmo propósito de proporcionar a união a 16 casais, num dia memorável para os noivos, para as suas famílias e para todos os lisboetas.

No Centro Social de Cardielos era costume os clientes expressarem a sua imensa vontade de assistirem a esta tradição através dos meios de comunicação social.

Em 2019, surgiu a ideia de recriar essa tradição no próprio Centro que foi logo acolhida, por todos, com muito entusiasmo. Nessa 1.ª edição reuniram-se vestidos de noivas de familiares, amigos e colaboradoras, para que o desfile das “noivas de St. António” fosse possível.

O ano passado, foi um ano atípico, devido à pandemia, que não permitiu que se realizassem muitas das atividades que tinham sido planeadas. Daí, a 2.º edição das Noivas de St.º António, no Lar de Cardielos, só ter sido realizada no passado dia 16 de junho.

Colaboradoras do Centro e clientes puseram mãos à obra e decidiram criar vestidos de noiva reutilizando e reaproveitando diversos materiais. As mentoras deste projeto foram as colaboradoras, Irene Lima e Sofia Alves, e os sete vestidos foram confecionados a rigor, tiveram em conta o perfil das noivas que passamos a descrever: Isabel Cerqueira desfilou com o vestido “Lanroj”, um vestido em tons de branco, feito de polietileno proveniente dos sacos de plástico e adornado com uma variedade de flores feitas de jornais e revistas, remetendo à simplicidade que transmite a D. Isabel.

Marina Cardoso desfilou com o vestido “Ouro”. Este vestido de cor bege/acastanhado foi confecionado com sacos de serapilheira. Estava decorado em tons de dourado, salientando a cor do ouro. O brilho do vestido ia ao encontro da alegria e da expressividade que a D. Marina transmite diariamente.

Lucília Vieira desfilou com o vestido “Mar & Mar”, predominantemente em tons de branco e azul. O polietileno foi o material utilizado neste modelo, um vestido mais arrojado que nos fazia lembrar as ondas do mar. Para dar algum relevo foi usada renda, tendo como inspiração as algas. Identificava-se na perfeição com a D. Lucília, uma senhora inspiradora e determinada, detentora de uma forte personalidade.

Lurdes Paredes desfilou com o vestido “SeraPly”, um vestido em tons de branco e bege. A base foi feita de polietileno proveniente dos sacos de plástico e com aplicações diversas de serapilheira. Estava adornado com flores em renda e cauda vaporosa. Um vestido que espelhava a gentiliza, ousadia e extroversão, características da D. Lurdes.

Maria Barbosa desfilou com o vestido “Mary” e foi criado de forma a realçar a sua silhueta. A sua base era constituída por polietileno proveniente dos sacos de produtos agrícolas. Ornamentado com flores na saia e cauda com destaque de um grande laço. O vestido assentava na perfeição à D. Maria e transmitia a amabilidade, o asseio, a elegância e simpatia com que ela sempre se apresenta.

Alice Dias usou o vestido “Adventure”, o vestido mais ousado do desfile. A sua base de serapilheira estava embelezada com lindas flores coloridas. Em grande destaque predominava um drapeado multicolor feito em papel. Um vestido digno de uma verdadeira aventureira, divertida, destemida, alegre e conselheira, tal como é a D. Alice.
Dorinda Oliveira mostrou-nos o vestido “rolf”. Uma vez mais, foi utilizado o polietileno na sua criação. Este modelo apresentava uma silhueta simplista, mas destacavam-se as mangas mais arrojadas. A renda de cor rosa e em forma de flor embelezam a parte frontal desse vestido. Autêntica, atenciosa, amável e sociável são características da D. Dorinda, uma verdadeira flor.

As noivas desfilaram no jardim do Centro Social, devidamente ornamentado e com direito a passadeira vermelha.

Todo o processo de criação dos vestidos envolveu a estimulação multissensorial, a promoção da coordenação motora, estimulação da criatividade, da motricidade fina através da costura, da criação de flores em papel, e também um trabalho ao nível das reminiscências e recuperação de memórias das pessoas envolvidas.

A alegria espelhada no rosto de todas as noivas e noivos, garantiu a próxima edição!
Estão de parabéns todos os envolvidos neste projeto, direção do Centro, pelo apoio na realização deste tipo de atividades, colaboradoras, pelo seu empenho e dedicação e clientes, que sem a sua disponibilidade para colaborar a festa não seria possível.
Fazemos nossas as palavras do nosso pároco, Padre Tiago Rodrigues “que bom é ver os nossos idosos, do Centro Social da paróquia, tão ativos”.

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