Enfarte na mulher manifesta-se mais tarde, mas mata mais

O enfarte agudo do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando uma ou mais das artérias que irriga o coração ficam obstruídas, o que impede a passagem das quantidades de sangue e oxigénio necessárias ao normal desenvolvimento deste músculo.

O coração das mulheres é menor, as artérias coronárias são mais estreitas e, de um modo geral, a frequência cardíaca em repouso é superior. Por outro lado, os sintomas de enfarte na mulher também podem ser diferentes. Muitas vezes, a conjugação de dor no peito associada à dor no braço e maxilares não está tão presente, e o enfarte pode manifestar-se com náuseas, vómitos e dor na zona do estômago. De um modo geral, a não associação aos sintomas mais típicos de enfarte leva a que a procura por ajuda médica seja mais tardia, o que tem efeitos na eficácia do tratamento e consequentemente na evolução clínica imediata e futura.
Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte. A pessoa deve evitar tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios.
Também existem diferenças entre os fatores de risco nos homens e nas mulheres. Em geral, a doença coronária manifesta-se na mulher 10 anos mais tarde do que nos homens. As mulheres após menopausa, hipertensas, diabéticas e/ou obesas, têm maior risco de enfarte com aumento da mortalidade. Também as mulheres mais jovens, que sejam fumadoras e que ao mesmo tempo façam contraceção hormonal, têm mais precocemente risco acrescido de enfarte.
Apesar das diferenças entre os sintomas e os fatores de risco, entre homens e mulheres, a prevenção deve ser a mesma: praticar exercício físico, não fumar, ter uma alimentação saudável e consultar um médico regularmente.

Pressão arterial alta
é fator de risco
para o enfarte

A hipertensão arterial é uma doença crónica que se carateriza pela pressão sanguínea nas artérias acima dos valores considerados normais, isto é, quando a pressão máxima é maior ou igual a 140 mmHg, ou a pressão mínima é maior ou igual a 90 mmHg. Esta doença ocorre quando o coração, ao bombear sangue, exerce uma força excessiva contra a parede das artérias. Estima-se que afeta cerca de 2 milhões de portugueses.
Esta doença pode não causar sintomas inicialmente, mas com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os principais órgãos do organismo, como o cérebro e o coração, provocando sintomas como dores de cabeça, tonturas e aumento da frequência cardíaca.
A longo prazo, a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco do enfarte agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, que ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. O enfarte é uma emergência médica que requer um tratamento imediato.
O diagnóstico da hipertensão arterial requer a medição de uma pressão arterial elevada, em três ocasiões diferentes, ao longo de um período de uma semana ou mais. A hipertensão arterial tem tratamento e deve ser indicado pelo médico, dependendo da gravidade da doença.
Para prevenir a hipertensão arterial é necessário alterar os hábitos de vida, evitando o excesso de sal na alimentação, a obesidade, o tabagismo e o consumo de álcool.

Dr. Pedro Farto Abreu – Coordenador Nacional da iniciativa Stent Save a Life – Não perca tempo, Salve uma Vida

(Foto: “Notícias Superinteressantes”)

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