A West Sea assinou no mês de setembro uma“carta de intenções” com a Northern Explorer para criar o primeiro navio de cruzeiro com zero carbono. A embarcação destina-se a operar nos fiordes da costa norueguesa, terá capacidade para 250 passageiros e deve estar pronto na época de cruzeiros 2025/26.
O projeto terá em conta “as horas de navegação que tem de fazer e a capacidade – ao nível de carregamento de baterias e das células de hidrogénio – para poder navegar ali com emissões zero”, detalha o administrador da West Sea, Vítor Figueiredo.
O acordo foi concluído na feira SMM, em Hamburgo (Alemanha), segue-se a afinação do plano financeiro, “porque isto é tudo muito engraçado, mas só se concretiza quando os projetos são viáveis”, e seis meses de “trabalho muito árduo ao nível do desenvolvimento de engenharia”.
“A construção de navios de emissão zero é um assunto que já andamos a perseguir há muito. Como não temos capacidade de fazê-lo sozinhos, estamos a rodear-nos de outros players, muitos deles internacionais. É uma grande oportunidade termos apanhado este comboio e acreditamos piamente neste projeto. (…) Com toda a certeza, vai abrir portas para outra tipologia de navios. Ao nível da construção, a nova geração já aí está. Os navios como eram construídos até agora têm os dias contados”, resume o gestor.
Em 2020, a West Sea diversificou as atividades com a entrada nessa área dos serviços para a transição energética, com a intervenção em três projetos do armador espanhol Baleària. “O ponto é qual é a alternativa: se é a gás, amónia, outro tipo de combustível ou produtos 100% elétricos”, diz o representante da West Sea.
Vítor Figueiredo lembra que, no caso desses projetos de conversão, o abastecimento de gás para a fase de testes teve de entrar no porto de Viana do Castelo por camião, numa operação logística de alto risco e monitorizada de perto.