Faleceu Nuno Lima de Carvalho

Faleceu Nuno de Santa Maria Lima de Carvalho. Foi no último dia 16, a um mês de completar 87 anos de idade. O velório decorreu a partir das 19h do dia seguinte, na igreja de Caselas (Lisboa), onde, no sábado, dia 18, foi celebrada missa de corpo presente, sendo depois cremado em Cascais.

Natural da freguesia de Vila Franca do Lima, foi Cidadão de Mérito de Viana do Castelo e de Cascais, designado cidadão de Salvador da Bahia (Brasil), dirigiu a Galeria de Arte do Casino Estoril e foi um dos embaixadores da cultura da região e do país.

Com um vasto currículo ligado às artes e à cultura, foi impulsionador da Galeria de Arte do Casino Estoril, que dirigia desde 1975. Membro do júri do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural e dos prémios literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luís – Revelação, instituídos pela Estoril Sol. Foi ainda o responsável dos Salões de Outono e dos Salões Internacionais de Pintura Naïf daquela entidade.

Entre outras distinções, Nuno Lima de Carvalho recebeu ainda o Grau de Oficial da Ordem Infante D. Henrique, a comenda da Ordem de Mérito Civil de Espanha e a Ordem de Mérito Pêro Vaz de Caminha, do Brasil.

Foi, também, um dos promotores da criação do Museu de Arte Primitiva Moderna de Guimarães e dinamizador da representação portuguesa no Museu Internacional de Pintura Naïf de Jaen, em Espanha.

Lima de Carvalho “promoveu a criação do Prémio Literário Fernando Namora”, foi editor do jornal A Voz, colaborador de A Aurora do Lima e privou com escritores consagrados, como os brasileiros João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado e Zelia Gattai, que também recordou no livro “Duas Vidas. Muitas Vidas”, memórias de seis décadas de trabalho nas áreas das artes e dos espetáculos, em particular, que publicou em 2016.

Nele, como recorda o seu irmão J. A. Lima de Carvalho, citando o que ele (Nuno) escreveu em “Duas Vidas, Muitas Vidas”, “à medida que os anos passam, a vida fica-nos para trás, com tudo quanto nos vai acontecendo, ao longo dos dias e dos anos, desvanecendo-se em minúsculos registos, que se arrumam nas mil gavetinhas da memória e que irremediavelmente morrem connosco para todo o sempre. Apagam-se por completo milhares de factos, acontecimentos, que afinal foram a textura da nossa vida. Os nossos afectos, as imagens dos nossos familiares e amigos, das pessoas que foram referência nas nossas relações profissionais e sociais. (…) Como também se esvai na espuma do tempo, o contributo positivo que demos à comunidade em que vivemos”.

Também como escreveu o seu grande e saudoso amigo do coração, Jorge Amado, “viva o baiano Nuno Lima de Carvalho, nascido Frade de Vila Franca do Lima, renascido Soteropolitano no pelourinho, viva a festa de sua cidadania, ora pois, Axé.”

J. A. Lima de Carvalho acrescenta, ainda, que “neste momento de adeus e de saudade, neste momento de partida e de chegada, neste  momento de começo de um novo caminho de luz e de esperança, que os Anjos do Céu te louvem com hossanas de Paz e Alegria, que Deus te abençoe”.
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