GNR está em Viana há 100 anos

O ano de 2019 assinala os cem anos da presença do Comando da Guarda Nacional Republicana em Viana do Castelo. Foi a última estrutura daquela força a ser criada no país. A informação foi avançada pelo Chefe de Divisão de História e Cultura da GNR, Reinaldo Andrade, aquando da apresentação das comemorações dos 100 anos, que aconteceu ao final da tarde de 12 de abril, na Biblioteca Municipal de Viana.

“Foi a última companhia da GNR a ser criada no país”, explicava Reinaldo Andrade, que se questionava por este facto:“É uma questão histórica, mas nas proximidades de Viana do Castelo refugiaram-se muitos monárquicos”. Recorde-se que a GNR foi criada para defender o regime republicano.

O Quartel abriu portas em Viana, onde ainda hoje se localiza, na antiga Quinta ou Colégio de Monserrate no dia 14 de agosto de 1919. No total, foram colocados 195 militares divididos por 31 de cavalaria e 164 de infantaria. O primeiro comandante foi Artur da Cunha Azenhais.

O atual comandante da GNR explicava as razões para as comemorações do centenário. “Pretendemos mostrar a dimensão da guarda não só operacional, mas também humana. Tentaremos mostrar o todo que é a Guarda Nacional Republicana”, referia António Cruz.
Atualmente o Comando Territorial de Viana do Castelo tem um efetivo, entre militares e civis, de cerca 650 elementos.

Em abril, quando as condições meteorológicas forem favoráveis, será promovida uma Exposição de Meios, na Praça da Liberdade, que vai apresentar aparelhos, viaturas especiais, uma torre de escalada, disponibilizando slide, batismo de andar a cavalo, demonstrações com cães, entre muito mais.

A 24 de maio, o Quartel da GNR de Viana do Castelo vai promover uma colheita de sangue, numa ação solidária. Dias 15 e 16 de julho, a Igreja do Carmo acolhe Missa e Procissão comemorativa.

A 17 de agosto, integrada na Romaria d’Agonia, a Charanga a Cavalo estará presente no cortejo da rainha das romarias. O comandante assegurou que esta charanga é única no mundo, por conseguir tocar nos três andamentos do cavalo: a passo, a trote e a galope.
A 28 de setembro, às 21h30, o Teatro Municipal Sá de Miranda acolhe o Concerto da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, banda que conta com um repertório de mais de três mil obras.

A 10 de outubro, às 15h, acontece na Praça da Liberdade a Cerimónia Militar Principal e entre 10 e 13 de outubro os Antigos Paços do Concelho acolhem a Exposição alusiva aos 100 anos da GNR.

O programa encerra a 21 de novembro, no Auditório do Castelo de Santiago da Barra, com a conferência “O uso do fogo na agricultura: Técnica ou Tradição”.

ANTÓNIO CRUZ EM ENTREVISTA

AAL – Foi referido na conferência que o Comando de Viana teve sempre o menor número de efetivos. E atualmente mantém-se?
António Cruz (AC) – É uma realidade. Todos nós comandantes dizemos que temos poucos homens. Também aqui temos poucos, mas a apreciação que tenho da população do Alto Minho é que é muito exuberante e alegre, mas também é muito respeitadora do princípio de autoridade, dos deveres e obrigação. Em Viana do Castelo não é um trabalho difícil. Quem está a fazer a gestão envia mais efetivos para onde são mais necessários.

AAL – Quantos efetivos?
AC – Temos perto dos 650 efetivos no distrito.
AAL – Quais os principais problemas do concelho em termos de segurança?
AC – Os problemas são transversais ao distrito. Há sempre as pequenas ofensas corporais, a violência doméstica, os incêndios, no concelho não é tão significativa como noutros pontos do distrito, e a sinistralidade rodoviária. Este ano, à semelhança do que fizemos no ano passado estamos a fazer ações nos locais mais problemáticos, em termos de acidentes. Tentaremos minimizar as incivilidades, porque normalmente são estas as causadoras dos acidentes.

AAL – As limpezas das florestas já estão a ser fiscalizadas?
AC – Hoje mesmo (12 de abril) já começamos a fazer a fiscalização. Houve uma primeira ronda, digamos assim, de sensibilização e de identificação dos locais em incumprimento. Fizemos sensibilização dos proprietários para a necessidade de cumprir a lei, já comunicamos às várias câmaras municipais e agora vamos, numa segunda fase, numa ação sancionatória.

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