Ínsuas do “amor, alimento e da água” são limpas por voluntários

Foram cerca de 50 os voluntários que participaram numa ação de limpeza de uma das ínsuas do rio Lima. A ação aconteceu na manhã de 12 de abril e teve como objetivo erradicar as “espécies invasoras” e a recolha de algum lixo, nomeadamente plástico e esferovite. Esta iniciativa insere-se no projeto municipal “da recuperação das áreas de intervenção ecológica”.

“Além da remoção dos resíduos na margem, o benefício é recuperar a nossa identidade cénica, que tem impacto económico, que não é mensurável, mas sabemos que Viana do Castelo é muito atrativa pelo seu valor cénico. Estamos a recuperar património, estamos a recuperar a nossa identidade genética e estamos a pôr em evidência factos da nossa história que muitas pessoas não conhecem”, referia, aos jornalistas, o vereador do Ambiente. Ricardo Carvalhido referia que na ação daquele dia seriam cortadas as acácias que ocupavam um hectare de área naquela ínsua. No futuro, serão efetuadas novas ações de limpeza em outras ínsuas.

A ação está integrada no Ano Municipal para a Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa e contou com a participação de professores e investigadores do Instituto para a Bio-Sustentabilidade (IBS), da Universidade do Minho, de técnicos da autarquia, do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) e do Geoparque, e alguns voluntários.
O diretor executivo do IBS frisava a importância de trazer os investigadores para o terreno.

“Apesar de trabalharem com o ambiente, muitas vezes, não têm a experiência de colocar as mãos à obra, e participar numa ação com impacto efetivo”, dizia. Tiago Miranda adiantava que “as pessoas que estão aqui hoje vão sair mais ricas e conscientes do seu papel na sociedade e na proteção do ambiente e isto ganha um efeito de contágio com as pessoas que estão à sua volta”.

Da parceria da Câmara Municipal com o IBS irá resultar “em breve” a criação de um Observatório para a Biodiversidade. Tiago Miranda não adiantou a data, mas manifestou a importância do espaço, que nascerá na praia Norte. “Em colaboração com o Município de Viana do Castelo estamos a preparar a instalação de uma unidade que se chamará Observatório para a Biodiversidade e que tem uma dupla função. A função de interação com a comunidade e demonstração do que é o território e terá uma parte de investigação, uma vez que ficará aqui localizada uma equipa de investigação associada à corrente marítima, numa localização privilegiada que será junto à praia Norte”.

A 19 de junho será a vez da ínsua Cavalar receber uma ação de limpeza. “Foi precisamente da ínsua Cavalar, a 19 de junho de 1913, que o avião fabricado por João Branco levantou voo, de uma pista improvisada”, explicou Ricardo Carvalhido. Acrescentando: “as margens do rio estavam cheias de gente para ver um marco histórico importantíssimo para aeronáutica”.

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