Hotel nasce no edifício da estação de comboio

O centenário edifício da estação de comboio de Viana do Castelo vai ser transformado num hotel de charme, contudo a fachada atual vai se manter. A bilheteira e o bar passarão a funcionar fora do hotel. O ano de 2023 é a previsão para a obra estar concluida, criando 30 empregos. No total, vai implicar um investimento de cinco milhões de euros.

Na última reunião da autarquia, este assunto foi debatido no período Antes da Ordem do Dia, e segundo adiantou o presidente da Câmara, o investidor é um empresário do setor hoteleiro da capital alto-minhota. Pelo que se sabe, tratar-se-á do mesmo que investiu no Hotel Axis.

Luís Nobre lembrou que o edifício é da Infraestruturas de Portugal e da CP, “devoluto” há bem mais de uma década. O empresário, cujo nome não quis revelar, dirigiu-se à entidade proprietária no sentido de o negociar. Foram acordadas as condições do contrato de comodato e segundo adiantou o presidente da Câmara: “o Município concorda. Faz sentido refuncionalizar, desde que se garanta – e também foi dada essa segurança – que as atuais funções da Estação não são prejudicadas”, diz.  Reforçando: “o que há aqui é uma valorização e a colocação de um edifício que está no centro histórico, devoluto e que, de facto, pode ter aqui uma função dinamizadora no que é a atividade hoteleira, mas também nas sinergias que vai trazer e na revitalização que vai proporcionar a todos o espaço”.

“O município tem estado a acompanhar o licenciamento, conjuntamente com a Direção Regional de Cultura do Norte no sentido de, no fundo, aprovar o projeto e criar condições para que o investidor o possa concretizar. Nós não somos detentores daquele património”, diz Luís Nobre. 

“Os pisos estão estabilizados e a fachada vai-se manter. A razão de um indeferimento inicial teve a ver com a cobertura, havia algumas alterações e a Direção Regional e a Câmara Municipal entenderam que o projeto devia ser objeto de alteração. É isso que está  acontecer”, frisa.

“Hoje, as unidades hoteleiras, independentemente do contexto histórico, são temáticas. Apelam à memória, à experiência daquela cidade e daquele centro histórico e, naturalmente, aqui há um elemento muito forte que é toda a mística, toda a área que é a atividade ferroviária que se vai perpetuar”, sublinhou Luís Nobre.

“O bar não vai desaparecer, vai ser transferido para um outro espaço. As funções da Estação, foi-nos dada a garantia de que vão ser asseguradas. Não podia ser de outra forma. A Infraestruturas de Portugal (IP) não ia fazer um investimento de 90 milhões de euros na modernização da Linha do Minho para, a seguir, no fundo, o prejudicar”, diz. 

O autarca vinaense defendia que “a cidade precisa daquele espaço revitalizado, a funcionar com dinâmicas que promova e atrai novos visitantes e, desta forma, possamos todos crescer e beneficiar dessa revitalização”.

Edifício dos CTT para habitação

Luís Nobre deu conta, ainda, da existência de uma “manifestação de interesse” de um empresário vianense para a aquisição do edifício dos CTT, na Av. dos Combatentes.

O empresário, que já investiu em regeneração urbana na mesma avenida, pretende transformar o imóvel dos CTT em unidades de habitação. As negociações,  segundo o edil, estão bastantes avançadas.

Restaurante na Praia Norte

O restaurante que deveria abrir na Praia Norte continua encerrado. Questionado, o autarca vianense não apontou data para a sua reabertura.

“Estamos a concretizar o acordo com a entidade que explorava o anterior espaço de restauração, estamos neste processo de otimização do material e dos equipamentos fundamentais para a sua refuncionalização”., disse Luís Nobre.

Tentamos saber se o concessionário do espaço receberia alguma compensação pela demora, mas o autarca vianense apenas garante que a autarquia cumpre o que já tinha sido protocolado entre as partes.

“É uma situação emergente, todos os serviços estão empenhados, a trocar a correspondência e a reunir os advogados e serviços jurídicos para operacionalizarmos o mais rapidamente possível a situação”, concluiu.

Novo Mercado

Quanto ao novo Mercado, no local onde foi demolido o Prédio Coutinho, o autarca vianense esclareceu que está a ser reinterpretado “dentro do que são os custos associados à mão de obra e aos materiais, o que era o orçamento previsto e que me foi entregue, já na condição de presidente da Câmara”.

Luís Nobre dizia que “entendi que devia rever o que era o seu valor orçamental. Isso tem algumas implicações no projeto que estamos a revisitar (…). Estamos a viver novos tempos e temos de fazer essa reinterpretação”, garantiu.

Parques na periferia evitam carros no centro

O parque de estacionamento do Campo da Agonia continuará com “preços simbólicos”, mas Luís Nobre adiantou que a autarquia preparou um conjunto de estacionamentos na periferia, para já, durante as Festas d’Agonia. “Os parques que existem vão ter acesso à utilização normal”.

“Assim, para além dos 4068 lugares nos parques já existentes e dos locais destinados a estacionamento em toda a cidade, surgem mais 1720 para dar resposta imediata à procura.

Deste modo, para além do parque do Gil Eannes (gratuito) e dos parques Campo d’Agonia, Avenida, Marina, 1.º Maio, Afonso III, Hospital, Encosta do Elevador e Antigo Mercado (a pagar), surgem disponíveis, gratuitamente, os parques na Areosa – Rotunda da Parinheira (cerca de 80 lugares),  Monserrate – Rua Nª Srª da Agonia (traseiras dos Armazéns CMVC) (cerca de 90 lugares), Meadela – Rua da Argaçosa (junto ao viaduto) (cerca de 200 lugares),  Darque – Rua Gustave Eiffel (junto ao rio Lima) (cerca de 80 lugares) e Monserrate – Zona Portuária APDL (lado nascente) (cerca de 320 lugares). Já pagos, haverá na Av. 25 de Abril (antigo bairro da CP) (cerca de 200 lugares) – (explorado pela Juventude de Viana) e Av. do Atlântico (IPVC – ESTG) (cerca de 320 lugares) – (explorado pela Federação Académica). 

Haverá, ainda, dois parques de autocaravanas, em Darque (Av. 1.º de Maio, recinto da feira) (cerca de 140 lugares) e Monserrate – Zona Portuária APDL (lado nascente) (cerca de 200 lugares), assim como para autocarros de turismo na Areosa – Av. de Angola (cerca de 35 lugares) – e Monserrate – Zona Portuária APDL (lado poente) (cerca de 55 lugares)

“Pela primeira vez, temos essa concertação e quem se dirigir à cidade sabe que tem alternativas. Sem ter alguma dificuldade em entrar na cidade, seja de onde for”, enfatizou o chefe do município vianense.   

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