Vários imigrantes participaram no Festival Marginal com os workshops de gastronomia do mundo. Foram seis dias que o Jardim Público acolheu os aromas e sabores das diversas nacionalidades presentes no concelho.
“Foram 11 países que estiveram presentes”, dizia Margarida Torres. A coordenadora do Plano Municipal de Acolhimento de Migrantes explicava que “frequentemente” a comunidade migrante faz demonstrações de cozinha no Mercado Municipal. O Marginal foi “outro local para que também os vianenses interajam com os imigrantes no nosso concelho”.
Os dados de 2021 dizem que Viana do Castelo acolhia 3500 imigrantes de 81 nacionalidades. Contudo, Margarida Torres não tinha dúvidas de que este número será maior no final deste ano. “Viana do Castelo, segundo o relatório do SEF de junho, foi o distrito que mais subiu no nível de imigração. Subiu de 3000 para sete mil. No concelho também registamos uma subida de 20 a 25%”, esclarece.
Os refugiados da Ucrânia e de outros países como Gana, Guiné, Turquia, Mali, Senegal são os que têm centrado as atenções. Margarida Torres refere que foram criadas condições de acolhimento em famílias e, agora, o trabalho da equipa da Câmara Municipal é encontrar alojamento. “Primeiro vieram para famílias de acolhimento e agora já estamos numa segunda fase que é arranjar habitação.Tem sido muito difícil, sobretudo pelas condições que os senhorios exigem, como a questão do fiador e por vezes pedem três a quatro meses de renda”.
Com a comunidade brasileira a crescer em Viana, Margarida Torres diz que “diariamente chegam-nos pedidos de ajuda”. Avançando que a questão alimentar é muitas vezes assegurada por outras instituições, falta alojamento e emprego.
As iniciativas da “gastronomia do mundo” permitem, segundo a responsável, “integrar” os imigrantes e proporcionar uma oportunidade para criar o próprio negócio. “Muitos podem ver nesta iniciativa uma oportunidade de avançar com um projeto de empreendedorismo”, frisa.