Livro sobre poeta João Penha é lançado amanhã em Braga

O livro “Nervoso Mestre, Domador Valente da Rima e do Soneto Português: João Penha (1839-1919) e o Seu Tempo” vai ser lançado esta sexta-feira, dia 28, às 17h30, na sala dos Arcos da Universidade do Minho, no Largo do Paço, em Braga.

 

A apresentação cabe aos coordenadores da obra, Francisco Topa, do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM), e Elsa Pereira, do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. Prevê-se ainda uma intervenção da vice-reitora da UMinho para a Cultura e Sociedade, Manuela Martins. A sessão tem entrada livre, insere-se no programa da Feira do Livro de Braga e é organizada pela Biblioteca Pública de Braga e pelo Arquivo Distrital de Braga, que têm à sua guarda o espólio de João Penha.

 

O volume assinala o centenário da morte do poeta e advogado bracarense João Penha, que introduziu no país a corrente literária do parnasianismo, dirigiu as publicações “A Folha” e “República das Letras” e foi parte ativa da Geração de 70, a par de figuras como Eça de Queirós e Antero de Quental. Este livro de 228 páginas reúne ensaios de 15 investigadores, na sequência de um recente colóquio penhiano no Porto – Ernesto Rodrigues, Clara Barros, Paulo Pedroso Gomes, Carlos Nogueira, Álvaro Manuel Machado, Rosário Girão dos Santos, Jorge Bastos da Silva, Gabriel Magalhães, Elsa Pereira, Cristina Sobral, Francisco Soares, Amélia Peixoto Maia, Armando Malheiro da Silva, Maria Aparecida Ribeiro e Eduardo Pires de Oliveira. O título da obra apropria-se do epíteto dado a Penha pelo escritor Gonçalves Crespo.

 

João Penha Oliveira Fortuna (1839-1919) cursou Teologia e formou-se em Direito em Coimbra, cidade onde se fez poeta e dirigiu “A Folha”, tendo Guerra Junqueiro entre os colaboradores. Voltou depois a Braga para exercer advocacia e magistratura. Publicou cinco livros de poesia e prosa. O seu mérito literário foi secundado devido a outros nomes da Geração de 70 e de Orpheu, segundo as autoras Amália Ortiz da Fonseca e Estela Guedes. Para Camilo Castelo Branco, Penha deu “ao soneto um cachet nacional, que ele nunca tivera desde a languidez petrarquista de Camões até ao rufo de zabumba e caixa dos sonetos bocagianos”. O seu nome é evocado num busto e num largo em Braga e numa rua da Póvoa de Varzim, local onde passava férias.

 

O Arquivo Distrital e a Biblioteca Pública de Braga evocaram em fevereiro e março os 100 anos da morte de João Penha com uma conferência de Elsa Pereira, um recital do Sindicato de Poesia e duas exposições com o seu espólio penhiano, incluindo manuscritos, colaborações na imprensa, correspondência com nomes como Camilo Castelo Branco e Bernardino Machado, a carta de membro aceite na Academia Real das Ciências, o assento de nascimento e óbito ou os livros póstumos “Últimas rimas” e “O canto do Cisne”.

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