Este mês de maio para quem vive perto ou no meio rural é um mês de excelência do ponto de vista sensorial. São as plantas a florir por todo o lado, árvores de folha caduca a voltarem a estar frondosas, os campos com o “cheiro a primavera” é inconfundível.
Também a fauna, com as andorinhas de regresso, as poupas, cucos, grilos, rãs e muitas outras espécies, deleitam-nos os sentidos com as suas paradas nupciais.
Não será de estranhar que os ciclos da natureza tenham influência nas nossas vidas, rituais e até crenças, no dia 01 de maio, mantém-se a tradição, na nossa freguesia e noutras, de decorar as casas com maios ou maias, nas varandas ou nas janelas, com ramos de giesta amarela ou coroas de flores, é uma tradição que se perde no tempo.
Este hábito em Portugal difere de região para região, por exemplo, a sul é costume colocar à porta bonecos de palha de centeio, muito abundante na região, enfeitados com flores, ou meninas vestidas de branco com uma coroa de flores na cabeça sentadas numa cadeira em diversos locais.
A origem destes festejos poderá ter algum vestígio do Beltane, festividade Celta que se celebrava no início do verão, conotando-se com as festas das flores que os Romanos celebravam durante três dias.
É muito gratificante ver que a nossa freguesia mantém bem viva as suas tradições, que nos foram passadas pelos nossos antepassados longínquos, apesar das novas tecnologias que estão a anos-luz da nossa infância. Estes costumes ancestrais estão bem vivos entre nós, em que os jovens casais também participam ao colocar nas suas residências os tradicionais maios.