Morreu aos 68 anos, Tomás do Pinto, era assim conhecido na freguesia, o homem que criou a primeira rádio do norte de Portugal, em 1977, mas também era o homem do movimento associativo. Fez parte dos órgãos sociais de várias associações da freguesia e com espírito de voluntariado colaborava em tudo o que era feito na freguesia. Integrou ainda a Assembleia de Freguesia.
Era um membro ativo nos vários grupos de teatro do Casino Afifense e Casa do Povo. Quando não era ator, assumia as funções na parte técnica. Foi também presidente do NAIAA, numa altura difícil para a rádio, pois nessa altura, haviam destruído o centro emissor e com o seu esforço e conhecimentos conseguiu, junto do Eng. Álvaro Rodrigues, uma torre, sem custos para a associação.
Foi várias vezes elemento da direção do Casino, sendo vice-presidente. No NAIAA, além de presidente, ocupou ainda outros cargos diretivos.
No que toca à radio, criou em finais de 1977, a Rádio Popular Amplitude, com equipamentos por si construídos, refira-se que foi, durante vários anos, a única rádio pirata, como na altura era designada, a emitir no norte do país. Esta motivou depois o aparecimento da Rádio Popular Afifense, a Rádio Geice e a Rádio Caminhense, pois os seus dirigentes da altura, criaram as suas rádios movidos pelo facto de haver uma rádio em Afife e se terem deslocado a esta Freguesia para saber como se fazia e o Tomás disponibilizou-se para ajudar.
No meio do voluntariado, o Tomás Pinto estava sempre na linha da frente, para ajudar, e o movimento associativo muito lhe deve.
Foi um lutador pelo meio ambiente da freguesia e enquanto elemento diretivo do NAIAA, teve inúmeros processos movidos em Tribunal, por posições tomadas em defesa da freguesia, mas nunca foi condenado, por qualquer tomada de posição, tal como na defesa do património cultural, que a despesas próprias, recuperou o Cruzeiro de S. João, numa altura em que havia sido derrubado, ficando quebrada a sua parte superior.
Muito fica por dizer, daquilo que o Tomás fez pelas associações e pela freguesia, especialmente numa altura em que o voluntariado está a desaparecer, de forma acelerada. Afife perdeu um homem que conseguia soluções para tudo o que lhe era solicitado, sempre pronto a ajudar, fosse na sua área profissional ou em outra.
Esteve também na linha da frente, na altura em que foi proibida a utilização do bucheiro, para a apanha de polvos, pois em Afife nessa altura, várias pessoas faziam dessa apanha o seu ganha pão.
Fica a lembrança que Afife vê partir um dos homens bons da freguesia e que muitos vão recordar, pelo seu valor, como afifense.