De um pinheiro do Brasil em vias de secar, que cresceu durante muitos anos no quintal da atual residência, o Caninhas, alcunha que melhor identifica Manuel João Rocha, cortou duas peças com as quais construiu duas pirogas monóxilas com tamanhos desiguais.
Depois, uniu-as paralelamente com um estrado em ripas de madeira, colocou no centro dois mastros para hastear as bandeiras dando forma própria a uma embarcação do tipo catamarã.
Esta não é uma obra única que consta do multifacetado currículo do criativo executante Caninhas, porquanto é o construtor dos barcos água-arriba “Lanhezes” e “Ponte de Lima”. Este último ao serviço do turismo na zona navegável do rio Lima onde se espelha a vila mais antiga (e linda) de Portugal.
Está atualmente em processo de restauração no cais do Parque Verde.
Não perguntei ao nosso conterrâneo e amigo Caninhas se o seu catamarã vai voltar para o espelho de água entre a ponte romana e a Senhora da Guia, em Ponte de Lima, tal como aconteceu no último ano, ou vai ter lugar permanente no cais da Passagem a sul do Parque Verde, em Lanheses, para acrescentar valor histórico ao local e devaneio aprazível para visitantes e para quem adora gozar da paisagem idílica do rio de encantamento.