“Os trajes regionais sempre foram a minha paixão”

Natural de Lisboa, Ivo Rua ficou encantado com as tradições do Alto Minho e mudou-se para esta região. Aos 33 anos confeciona e coleciona trajes regionais. 

Foi na Casa do Concelho de Ponte de Lima, em Lisboa, que com apenas 15 anos de idade aprendeu a tocar castanholas e a dançar folclore juntamente com os irmãos, mas o gosto pelos trajes regionais começou quando ganhou ganhou o primeiro ordenado. “Fui logo comprar o primeiro traje para a minha irmã. A partir daí fui ganhando gosto pelo trajar e interesse pela sua história”, afirma o jovem. 

Atualmente é um colecionador de trajes antigos. “Comecei por um lenço de tapete que comprei na feira semanal em Ponte da Barca há 15 anos. E foi assim que começou o vício da procura de peças antigas”, destaca Ivo Rua, acrescentado que “são 15 anos de muita procura, de falar com pessoas e perguntar se tinham alguma peça, e questionar o que usavam, como usavam e onde”. 

Juntamente com o gosto em colecionar trajes, o jovem descobriu que também tinha interesse na confeção algo que surgiu através da mãe. “Ela é costureira e inicialmente pedia-lhe para costurar os trajes para a minha irmã. E, como estava sempre presente acabei também por aprender a costurar, e nessa altura já era eu a fazê-los. Mais tarde, juntou-se a minha mulher. Os trajes regionais sempre foram a minha paixão”.

Uma das maiores atrações do Alto Minho são as romarias, e o jovem esteve presente nas “mais importantes” com as suas coleções e afirma que na Senhora d’Agonia “uma pequena parte da minha coleção esteve presente” com as mulheres a desfilar. “Foram 23 mulheres trajadas, onde destaco a mordoma deste ano, Maria Lima, que usava peças da minha coleção”.

Ivo Rua refere ainda que “estive no S. Bartolomeu, com o grupo onde sou responsável pelos trajes, o Rancho Folclórico das Lavradeiras de Oleiros em Ponte da Barca”. E terminou nas Feiras Novas, em Ponte de Lima, onde 26 pessoas desfilaram e representaram freguesias da vila. 

No ano de 2020, juntamente com a mulher, Pilar González, criaram um projeto de barbies trajadas. “No Natal de 2020, oferecemos princesas da Disney à nossa filha e fizemos vestidos. Sobrou-nos uma boneca e como tínhamos muitos retalhos e sobras da confeção dos nossos trajes decidimos fazer uma com um traje folclórico”, e assim começou este projeto que teve uma adesão muito grande nas redes sociais. “Foi aí que sentimos a necessidade de criar as Mini Me Folk Doll’s onde a ideia é fazer em tamanho Barbie o traje que a pessoa tem. O feedback é muito bom”, conta.

Apaixonado pelo mundo do folclore, Ivo Rua, confessa que “felizmente há muitos jovens no movimento do folclore, no entanto não se deve baixar os braços na hora de incutir as nossas tradições ao mais pequenos,pois serão eles os responsáveis de passar os conhecimentos às próximas gerações”. 

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