No dia 04 de setembro, realizou-se uma peregrinação interparoquial ao Santuário de Nossa Senhora da Peneda, que reuniu cerca de trezentas pessoas pertencentes às paróquias de Serreleis, Cardielos, São Salvador e Vila Mou, cujo pároco é o padre Tiago Rodrigues, mentor e principal organizador deste evento.
Durante o percurso houve uma paragem em Monção para uma visita guiada ao palácio da Brejoeira que a todos agradou pela sumptuosidade dos seus salões, a imensa biblioteca, os móveis antigos, os azulejos figurativos, bem como toda a envolvente do palácio; belos jardins, alamedas arborizadas e extensa área de vinhas. Uma visita muito aprazível de grande interesse cultural. No final da visita, os que assim o quiseram, tiveram a possibilidade de provar o famoso vinho Alvarinho.
Continuando em direção a Melgaço houve uma pausa para o almoço/piquenique que, estando previsto inicialmente ser ao ar livre, devido ao mau tempo que se passou a prever, acabou por se realizar nas instalações Escola Superior de Desporto de Melgaço cedidas amavelmente pelos responsáveis da referida Escola.
Finalmente, chegados ao nosso almejado destino deparamos com o imponente Santuário da Senhora da Peneda localizado em pleno Parque Nacional da Peneda/ Gerês, integrado num conjunto arquitetónico e paisagístico de excecional beleza. A Diocese de Viana do Castelo em 2020 elevou este místico lugar de devoção paz e contemplação a Santuário Diocesano. Aí, pelas 16h, assistimos à Eucaristia presidida por D. João Lavrador, Bispo da Diocese de Viana, coadjuvado pelo pároco do Santuário, padre Maciel e pelo padre Tiago Rodrigues. Na Eucaristia foram benzidas quatro imagens da Senhora da Peneda para serem levadas pelos peregrinos para as paróquias de Serreleis, Cardielos, S. Salvador e Vila Mou. A seguir à Eucaristia estava prevista a procissão com o Rosário e a Oração de Vésperas, mas devido à chuva que caía a procissão não se realizou.
No final, tivemos a oportunidade de observar toda a grandiosidade do espaço envolvente do Santuário, destacando-se o escadório, conjunto de quatro estátuas representando as virtudes da Fé, Esperança, Caridade e Glória, a alameda arborizada com uma escadaria com cerca de trezentos metros e com as vinte capelas com cenas bíblicas que ilustram a vida de Cristo.
Diz a lenda que no dia 05 de agosto de 1220, Nossa Senhora das Neves apareceu naquele local a uma pequena pastora, que contando aos seus pais o sucedido estes em nada acreditaram. Numa segunda aparição, Nossa Senhora pediu que levassem àquele recinto uma senhora que se encontrava entravada há muito tempo, de seu nome Domingas Gregório. Os habitantes da aldeia transportaram a doente até àquele local e esta ficou de imediato curada. E assim, com a presença de muitos peregrinos que procuravam aquele local Sagrado foi-se intensificando o culto a Nossa Senhora, o que veio a justificar a construção do Santuário iniciado nos finais do sec. XVIII e concluído em meados do sec. XIX
Um dos famosos peregrinos deste lugar Sagrado foi Frei Bartolomeu dos Mártires, agora proclamado de Santo, que invocou a intercessão de Nossa Senhora pelo fim da terrível peste que assolava a Arquidiocese de Braga. A imagem de São Bartolomeu dos Mártires passou a poder ser venerada, a partir deste ano, na Igreja de Cardielos, por oferta da paroquiana Maria Ramos Antunes.
Todos os anos, na primeira semana de setembro, ocorre neste grandioso Santuário uma das maiores romarias do Alto Minho, onde há lugar para a manifestação da fé e também para o divertimento, daí a presença e atuação do Grupo de Gaitas de Cardielos que gerando grande animação entre a assistência, foi muito aplaudido.
Os paroquianos que participaram nesta peregrinação estão gratos ao Padre Tiago por lhes ter proporcionado um agradável dia de confraternização que se traduziu numa salutar experiência humana e religiosa. Para os cardielenses este dinamismo do Padre Tiago não é surpresa, porque desde a primeira hora que assumiu a paroquia (fez no passado dia dez de setembro cinco anos) que demonstrou uma enorme capacidade de trabalho, não só de cariz religioso, mas também humanitário, social e cultural.