Procissão das Festas das Neves

Não tive ocasião, este ano, de assistir a todo o programa das Festas das Neves, minha terra Natal. Apenas consegui presenciar, no dia principal (05 de agosto), a procissão. É, desde há muitos anos, dia de reunião de toda a minha família para almoçar e jantar e, naturalmente, não podia faltar…. Assim o fazia a nossa mãe e toda a linhagem tentamos seguir o legado que nos deixou.

Mas voltando à procissão. Muitos andores, certo. Bonitos? Sim. Sem grandes espaços entre eles? Não. O que mais me impressionou, pela negativa, foi a apresentação dos mordomos dos andores… Vestidos de qualquer forma e feitio… camisas de meia manga, sem gravatas, com sapatilhas, nada de casaco e gravata como na minha juventude! Naquela época, primava-se pelo bem vestir, conforme se exigia em cerimónias deste género.

Fui várias vezes mordomo e sempre me presentearam, os meus pais, com um fato e gravata. Acho que, agora, pelo menos pelo que me foi dado observar, o que de certo modo me entristece, está tudo muito adulterado e sem regras. Devia, no meu entender, haver uma comissão que supervisionasse a apresentação dos mordomos e mordomas (estas nem tanto).

Creio que à procissão não lhe confere a dignidade de outros tempos e que devia primar por um certo respeito, como eu sempre fui habituado a ver quando nela me incorporava. Já lá vão bastantes anos! Bem sei que os tempos mudaram. No entanto, comparada com a procissão de Ponte de Lima, há uma diferença abismal no que se refere à apresentação.

Quem leva os andores vai de fato e gravata; além disso, a mesmo acontece com as autoridades e demais figuras e representantes do povo que envergam uma indumentária de requinte, com os devidos espaços, atrás do pálio.
Fica o reparo.
Leandro Matos

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.