Registo fotográfico do naufrágio do Coral Bulker

Carlos Vieira, fotógrafo amador, é o autor da exposição sobre o naufrágio do Coral Bulker. Dezenas de fotografias e recortes de imprensa estão expostos no Centro de Mar, instalado a bordo do navio Gil Eannes.

“Este registo fotográfico suscitou-me muito interesse, porque sabia que o acidente era extremamente grave. Pela poluição, e pelo estado do navio, que estava paralelo ao molhe da Praia Norte. Havia o risco de provocar mais danos do que aqueles que provocou. Se o navio fosse mais pequeno, provavelmente desfazia-se com a força do mar”, comenta o autor das fotografias tiradas aquando do encalhe do Coral Bulker em 25 de dezembro de 2000.

Nascido na Ribeira, e com uma forte ligação ao mar e à área naval, Carlos Vieira gosta de fotografar barcos, navios e a vida do mar. Desde o primeiro momento, não deixou de fotografar o Coral Bulker, que demorou meses a ser retirado do mar vianense. “Foram meses. Teve três operações. Primeiro vieram empresas especializadas para o desmantelamento do navio, para a despoluição e para descarregar a carga do navio, porque o navio estava carregado de toros de madeira”, salientava Carlos Vieira.

O autor das fotografias, feitas em película, conta que propôs a exposição ao Centro de Mar. No futuro, a mostra ficará no Espaço Memória do Centro de Mar. 

As fotografias retratam os vários momentos da operação Coral Bulker, mas também o reaproveitamento dado àquela zona. “A praia do coral nasce na sequência deste episódio do Coral Bulker. Aquela área já existia, mas depois teve outro impacto. Foi criada a Praça Timor, com o café/restaurante. Só foi pena a rotunda não ficar com um elemento de recordação do barco”, lamenta.

Outro reparo deixado por Carlos Vieira é a falta de um Museu do Mar no concelho.  “Viana tinha todo o potencial para ter um Museu do Mar fantástico. Ílhavo tem um Museu fantástico e nós deixamos perder tudo”, assegura o fotógrafo amador. 

Carlos Vieira apela a quem de direito para que preserve a memória naval de Viana. “As embarcações que eram memória já desapareceram, mas ainda podíamos fazer alguma coisa… Falar da Ribeira apenas nas festas da Senhora d’Agonia não é suficiente”.    

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