Rego Meira apresenta “incerteza e riscos”

Inaugurou-se, no passado dia 15, na sede da Ordem dos Médicos de Viana do Castelo, uma exposição do vianense Rego Meira, que se encontra patente ao público até 26 de novembro. O momento, que motivou uma afluência digna de nota à galeria da OM, assinalou também o lançamento de um livro do artista com setenta trabalhos realizados nestes últimos tempos marcados pela pandemia e pelo confinamento.

Na nota introdutória do livro, Carlos da Torre refere-se ao autor como “uma pessoa de qualidades humanas raras e um artista peculiar, habituado a tempos difíceis”, e desenvolve, salientando do seu percurso o “trabalho árduo desde muito jovem, guerra colonial, desenvolvimento de qualidades exímias nas artes aplicadas à arquitetura, afirmação de competências extraordinárias no trabalho de restauro, e por aí adiante. Uma vida a acumular experiência em cima de um evidente talento. Tudo sustentado em muito trabalho e aptidões técnicas incomuns. Paralelamente, desde há muito, o abordar das expressões plásticas, primeiro pelo sentido decorativo e depois por necessidade de soltar o que lhe vai na alma. Com aquela autenticidade de quem cria arte a partir dos momentos vividos de forma intensa. Estejamos a falar de paisagens, retratos, folclore e costumes, memórias da guerra ou crítica social e política. Nenhuma preocupação de se fixar numa linguagem ou estilo. A diversidade temática e a liberdade formal caracterizam o conjunto da obra de Rego Meira.”

Sobre os trabalhos agora publicados conclui: “Em períodos de confinamento e restrições, o artista abre janelas para memórias e espaços com a sua respiração de sempre, acentua o olhar crítico sobre o que o rodeia e denota a sua liberdade criativa em pleno. Ao mostrá-los, o que foi fazendo nas redes sociais muitas vezes à medida que os ia concretizando, dá-nos um sentido muito seu de lucidez e serenidade. Não para de ser igual a si próprio. Há a vida de sempre para além da pandemia. Faz questão de nos lembrar isso. Rego Meira reforça neste tempo também a sua ligação ao passado pessoal, às suas raízes em diversos detalhes. Até o nome porque era conhecido em criança e jovem, Carlos D’Armanda, aparece mais frequentemente como assinatura, afirmação de identidade pessoal e homenagem à Armanda sua mãe. Setenta anos de idade, setenta desenhos e pinturas… fica-nos um agradável desejo de continuar a ser surpreendidos com a Arte do Carlos D’Armanda.”

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