Rio e Costa participam em ações em Viana do Castelo

O candidato social-democrata esteve, ao final da tarde, de domingo na capital do Alto Minho para mais uma “conversas centrais”. O Campo d’ Agonia acolheu uma tenda para receber Rio e a comitiva, contando com o presença de Paulo Rangel, antigo adversário à liderança do partido. O PS escolheu o Teatro Sá de Miranda para a realização de um comício, que contou com elementos dos 10 concelhos do distrito. Na entrada, o rancho de Vila Fria pôs o candidato socialista a dançar o “Vira do Minho”.

“Em Viana […], estou em casa”, dizia Rui Rio, na abertura da iniciativa e lembrou que “tenho uma grande ligação a Viana”. O líder social-democrata manifestava que “as intervenções do Dr.º António Costa não foram dizer uma ideia nova, mas mal das nossas propostas, ainda para mais deturpadas por ele”. Adiantando que “vale a pena olhar para o futuro e não para o passado” e “gerir melhor o nosso dinheiro”.

Rui Rio, que falava para uma plateia composta por militantes e apoiantes do PSD, tinha na primeira fila Paulo Rangel. Este, à chegada ao Campo d’ Agonia, questionado pelos jornalistas para a disponibilidade de integrar um futuro governo do PSD, dizia que estava concentrado na função de eurodeputado. Mas sublinhava que “estou sempre disponível para o meu partido”. 

Rangel veio à capital do Alto Minho apoiar a candidatura de Rio e dizer que o ciclo de governação do PS está “a terminar”. “O PS governa em ciclos de governação de seis anos, que estão a terminar. Há seis anos de Guterres, seis anos de Sócrates e seis anos de António Costa. O PS nunca resiste a ciclos de mais de seis anos. Eu acho que ele [António Costa] já desistiu”. 

Paulo Rangel salientava que o PSD tem “uma proposta construtiva para o país” e desde o início sempre acreditou na vitória do PSD a 30 de janeiro. “Eu desde o início sempre achei que o PSD tem todas as condições e que vai ganhar as eleições, mas é evidente que os sinais são animadores, mas temos de trabalhar até ao fim”, referia. Adiantando que “só o Dr.º Rui Rio pode tirar de lá o António Costa”. 

Conversas centrais sobre o mar

Em Viana do Castelo, o PSD decidiu apresentar a estratégia sobre o mar, que consta do programa do partido. 

Filipe Girbal Brandão apresentou as linhas orientadoras, destacando a aposta na literacia para o mar, que “pretende dar a conhecer o mar aos portugueses”. Segundo aquele líder, é necessário também a criação de um atlas de exploração do mar, para a identificação da frota pesqueira. Os sociais-democratas pretendem ainda a criação de um Conselho para o mar e de uma entidade independente de apoio à economia do mar. “A nossa ideia é fazer deste mar que já é tão grande, ainda maior”, salientava Filipe Brandão.

Da plateia surgiram duas intervenções, uma do presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora que pedia a intervenção do PSD na resolução do problema do portinho de Vila Praia de Âncora. A outra intervenção foi de um empresário da área da pesca. Daniel Dias pedia “ao futuro primeiro-ministro” que “quando nomear alguém para a secretaria das pescas meta alguém da área”.

Rui Rio dizia que “o que é importante para um secretário de Estado das pescas é que seja alguém sensato, porque ninguém sabe tudo. Não sabendo tudo deve saber ouvir os interessados nas matérias”. O líder dos sociais-democratas defende também a descentralização, porque “a proximidade é algo fundamental”.

PS aponta baterias contra Rio

O Teatro Sá de Miranda foi o local escolhido pelos socialistas para receber o secretário-geral do partido. O presidente da Federação do Partido Socialista foi o primeiro a subir ao palco para dizer que Rui Rio não é “um óvni político”.

Miguel Alves dizia que “pretende-se transmitir a ideia de que, por parte da direita, há um candidato novo, um candidato fora da caixa, que faz umas graçolas, tem bom ar e que aparenta ser uma novidade, alguém que veio do nada”.

O também autarca da Câmara de Caminha  começou a levantar alguns assuntos da governação de Rui Rio na Cãmara do Porto. Lembrou o caso do Bairro do Aleixo, no Porto, em que Rui Rio “assistiu de barco à demolição das torres, enquanto o povo protestava e levava bastonadas da polícia”.

O líder federativo do PS de Viana do Castelo informou que Rio admitiu que faria uma política de austeridade ainda mais carregada do que Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho, afirmando que o líder social-democrata é “contra os julgamentos de tabacaria, contra os julgamentos na praça pública. Mas está na memória de todos o linchamento a que foi sujeito o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e até António Costa a propósito do caso de Tancos. É este legado que temos de comparar com o legado de António Costa”, sustentou. Para Miguel Alves, o candidato do PSD “não apareceu agora, tem uma história que tem vindo a ser apagada com sorrisinhos e graçolas. Tem a marca da picardia, da incapacidade para o diálogo e da intolerância para a crítica. Não precisamos de um primeiro-ministro picado, precisamos de um primeiro-ministro preparado como António Costa”, terminou.

O cabeça de lista do PS explicava que “temos andado a fazer campanha junto da sociedade civil, Já estivemos em sete concelhos e hoje estamos a celebrar o caminho que temos feito”. Tiago Brandão Rodrigues dizia que “em 2015 a expressão que se usava era poder mudar a página da austeridade”, agora “temos de virar a página da pandemia, mas sem virar a agulha do comboio”.

Tiago Brandão Rodrigues acusava o líder do PSD de ser “um rio que corre ao contrário” e de “não falar da cultura, ciência e educação, porque na sua governação futura não farão parte”. 

“Viana amiga, o Costa está contigo”

António Costa subiu ao palco do Sá de Miranda debaixo de aplausos e gritos de apoio. A primeira coisa que disse foi: “Viana amiga, o Costa está contigo”. O secretário-geral apelava: “vamos à luta e vamos ganhar”. Criticando quem o acusa de estar cansado. “Não estou cansado. Estou pronto para outra”.

“Nós não somos gente de desistir nem de virar a cara à luta, se há luta, vamos a ela. Se há um problema para resolver, vamos à procura da solução. Às vezes a solução não está ali à mão, mas só não alcança a solução quem não insiste em encontrar solução e, até hoje, ainda está por ser inventado o problema que nós não seremos capazes de resolver. Ainda não os resolvemos todos, mas vamos resolvê-los um a um”, sublinhava o líder do PS no teatro Sá de Miranda que contava com a presença de representantes dos vários concelhos do distrito. 

António Costa referia que “não temos medo de comparações” e afirmava que “já enfrentámos a austeridade, nós já enfrentámos a estagnação, nós temos vindo a enfrentar a pandemia. Pois nós também vamos enfrentar esta crise política e também vamos virar a página desta crise política”. O secretário-geral do Partido Socialista acreditava que “estas são as eleições mais decisivas dos últimos anos, pois temos uma pandemia para controlar e um país para recuperar”. Adiantando que “a vitória do PS não é a vitória de António Costa, é a vitória dos jovens e dos pensionistas que terão melhores condições de vida”. 

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