Desde há séculos, excedendo os últimos dois anos, sempre no segundo fim de semana do mês de setembro na freguesia Chafé, situada a sete quilómetros a sul de Viana do Castelo e banhada pelo oceano atlântico, anualmente, celebra-se a Romaria em honra de Nossa Senhora do Alívio.
Com o proclamado fim da dita pandemia, nos dias 09, 10 e 11 do corrente, milhares de forasteiros acorreram ao centro cívico de Chafé, atraídos pelo excelente programa festivo, de modo a viver um ótimo entretenimento festivo e esquecer os dois anos penosos de aborrecimento.
No referente ao programa religioso, alcançou o auge com missas cantadas, a procissão de velas na sexta-feira à noite e a majestosa Procissão de andores floridos no domingo à tarde. Quanto à transmissão das missas cantadas difundidas pela instalação sonora da Torre da Igreja, há quem goste e outros não. Ora, sendo em dia de festa, festa é festa!
Na área exterior ao adro, o numeroso público presente mostrou calorosa saudação nas entradas da música, tanto à Banda Filarmónica de Anha como à banda de música de Belinho e à banda da A. M. de Anha.
O Festival de Folclore comemorou o 48.° aniversário da A.C. de Chafé, e além do Rancho de Chafé, subiram ao palco o Grupo a CHAMA, de Oliveira de Azeméis e o Rancho Regional de CAMPO, de Valongo.
Durante três dias, bombaram com todos os sons a Fanfarra dos Bombeiros de São Mamede de Infesta e os seis grupos de bombos facetados por cabeçudos e gigantones.
Durante as três quentes noites consecutivas, realçaram os arraiais os DJ’s Toca e Dança, Pedro Pena, Jette, Meninos do Rio, enquanto que no domingo, a partir das 22h30, esteve em palco pela 2.ª vez, em Chafé, a cantora Ana Malhoa.
No sábado à tarde, o longo e memorável cortejo etnográfico com seus usos e costumes do século passado, atraiu milhares de forasteiros para verem aos carrões alegóricos integrados no cortejo, como era o trabalho no campo, a faina do mar, a cultura na horta e do milho, a lide da azenha, a composição do pão, as vindimas a lembrar o outono, a matança do porco, o tratamento do leite, o corte de lenha no monte, e como eram as festas naquele tempo, as bordadeiras e os seus bordados, os trajes do passado, os cantares tradicionais da aldeia, as concertinas e os ferrinhos e, sobretudo, os automóveis com os quais os conterrâneos regressavam de férias à terra natal, durante a aventureira vida de emigrante. Quanto às alfaias agrícolas que a população da terra apresentou no longo trajeto, todo esse material pelo aspeto bem preservado, encontra-se ainda em bom estado de conservação.
Do lado da feira tradicional sempre presente na festa anual, oferecia aos presentes os melhores comes e bebes típicos da região, a saborosa doçaria e demais iguarias, assim como as diversas montras de brinquedos e divertimentos.
Quanto ao estacionamento diga-se, é sempre caótico por falta de espaço reservado em redor do centro cívico, além de existirem terrenos sem cultivo que poderiam ser úteis para tais ocasiões.
Num bom e caloroso ambiente festivo, a Romaria da Senhora do Alivio terminou com o brilhante fogo de artificio piromusical.
Estão de parabéns todos aqueles que por carolice contribuíram para a realização da principal Romaria de Chafé, com muito brilho ao qual já nos habituamos.
Bem hajam e até para o ano de 2023 !